Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

sábado, abril 25, 2009

Donna Maria - Dois Lados Do Mesmo Adeus

Caem como folhas
Lágrimas do seu rosto
Sua vida antes desta
Deixou-lhe um desgosto
Entre dois suspiros
Sobe-lhe, na face
Sem favor
Abre-se a janela
Tenta um disfarce
Aperta-me a mão
Ri por um instante
Deixo-me ficar
Deixo-me ficar
Nunca quis saber
Nunca quis acreditar
Que irias partir
Nao podias ca ficar
Nunca quis escutar
E muito menos quis ouvir
O teu silencio que avisava
A intenção de não voltar
Podes crer
Bem que me disseram
Para nunca me dar
A uma pessoa ou a um lugar
Podes crer
Se um homem nunca chora
De que servem estes olhos
Se não podem mais te ver
Queria ver
Queria saber
O que fazias tu
Que estas aqui a observar
Estas a ver
Estas a perceber
Pode ser que um dia
A gente volte a se encontrar
Agora embora,
Agora sem demora
Deixa-me ficar aqui sozinho para pensar
Agora agora
Que a minha alma chora
Como diz algum
Vou me perder pra me encontrar
Esse choro triste
Desespero seu
Pra tentar dizer
Nada se perdeu
Pede-me que fique mais
Por um segundo eterno
Como se quisesse ter
O meu beijo terno
Aperta-me a mão
Ri por um instante
Deixo-me ficar
Só por esse instante

Traição

Tenho estado sempre aqui presente, esperando por ti. Desde sempre tive a certeza que toda a minha vida tinha estado esperando por ti e por isso não hesitei em assumir uma relação contigo quando me disseste que querias algo mais, que já estavas cansado de ser só meu amigo colorido e que me querias só para ti, querias que eu fosse a tua coisa boa, só tua. Naquele momento, e durante muito tempo, tive a perfeita noção de que aquela era a decisão correcta, e que tu, defeitos incluídos, eras a pessoa com quem eu queria ficar para o resto da minha vida. Sentia-me incrivelmente feliz por acordar ao teu lado, quando me enviavas alguma mensagem ou ligavas do escritório só para me dizer que já estavas a morrer de saudades do meu calor. Tudo aquilo era o que eu sempre tinha desejado mesmo sem nunca o ter assumido... E isso tudo continuava a fazer-me feliz mesmo quando te ausentavas naquelas viagens de trabalho e eu ficava em casa todo o fim-de-semana esperando pelo teu regresso…

Mas as viagens foram tornando-se cada vez mais constantes e já não tinhas tempo para os meus telefonemas e eu tive que me voltar a habituar a dormir sozinha todas os fins-de-semana, às vezes toda uma semana. E as esperas foram ficando cada vez maiores e a minha saudade começava a doer-me nos ossos e já não eras tu a minha habitual companhia dos sábados, nem dos cafés ao meio da tarde, mas sim o Paulo. O mesmo Paulo que nos apresentou, o teu amigo de infância, esse Paulo era agora o meu melhor amigo, o meu confidente que sempre ouvia os meus queixumes sobre a tua tão pouca presença... O café da tarde já não era teu e meu, era antes meu e dele.

De cada vez que voltavas pra casa o meu coração já não batia com a mesma força do início, os meus poros não deixavam transbordar a mesma percentagem de emoção de antes e a tua presença foi-se tornando, pouco a pouco, um acessório na minha vida...

Quando íamos ao centro tomar o café da tarde o Paulo já estava sentado à mesa esperando por nós... O café da tarde já não era de nós dois, era antes de nós três.

Um dia, aliás uma noite, tinha bilhetes para o teatro, era a estreia, tínhamos combinado de nos encontrar a porta porque tu chegarias directo de Lisboa onde tinhas ido tratar de uma papelada na sede da empresa, mas nessa noite, onde a brisa soprava ao de leve e fazia o meu vestido novo, comprado especialmente para aquela noite, dançar, tu não apareceste à hora marcada e eu, cansada de esperar que viesses, entrei e acabei por assistir à peça sozinha. Quando saí e liguei o telemóvel não recebi nenhum relatório de entrega de todas as mensagens que te enviei. Ainda pensei em ligar-te, mas pelos relatórios ainda pendentes sabia que tinhas o telemóvel desligado, então decidi ligar ao Paulo para que me desse uma boleia para casa, podia ter chamado um táxi, mas sentia-me só e sabia que a sua companhia me iria fazer bem, sempre tão bem disposto, sabia que me iria animar. Liguei-lhe e em menos de nada ele apareceu, falamos do acontecimento e em vez de me levar para casa convidou-me a uma festa de aniversário de uma amiga, onde me pude desligar um pouco e passar um bom bocado. Quando a festa terminou já íamos tocados e, no escuro da noite, ao ver-me ali chorando a tua ausência, no silêncio do carro, um beijo aconteceu...

Aconteceu um beijo e depois outro e depois outro e, ali, com o carro parado na berma eu e o Paulo fizemos amor. Depois dessa noite, na manhã do dia seguinte acordei contigo ao meu lado e, ao ver-te ali deitado, lembrei-me do que tinha feito, mas, apesar do que eu creia, não senti remorsos ou culpa, senti apenas que, naquele momento estava um perfeito estranho dentro da minha casa, deitado na minha cama.

Depois daquela noite vieram mais noites, vieram mais dias até um ponto onde tudo aquilo tinha deixado de estar sob o meu controle. Às vezes parava para pensar e achava que não deveria estar a fazer aquilo, que tu me amavas e que a minha traição a ti não podia prolongar-se mais no tempo. Tentei várias vezes terminar esta relação proibida, mas sempre sem grande sucesso pois quando tu não estavas, e estavas cada vez menos, eu corria para os braços do Paulo, para a cama dele e o meu mundo ganhava outra cor; tudo o que longe dele era pesado, ao seu lado se tornava etéreo e se dissolvia no ar...

Um dia chegaste de surpresa a casa, estava eu já vestida para ir ao cinema com o Paulo. Chegaste e elogiaste a minha indumentária, sorriste para mim com aquele sorriso rasgado que fazia tempo eu não tinha o prazer de ver, olhaste para mim e disseste " Vamos dar uma volta, hoje sou só e todo teu" mas eu recusei, disse que não podia, que tinha um compromisso inadiável, que hoje quem não podia era eu, que enquanto eu não voltasse fosses tratando de papelada como era o costume ultimamente. Disse-te aquilo tudo com a intenção de picar bem dentro, de deixar marca, com o intuito de que notasses que tinhas estado muito ausente e distante. E tu notaste-o. Sentiste a picada, pela expressão do teu olhar, e nesse instante, apercebeste-te que me tinhas negligenciado demais, sem reparação possível, sem emenda...

E foi por isso que te trai...

quarta-feira, abril 15, 2009

Filme das 15:38

Acabei de ver um filme que me impressionou muito pela positiva e fez-me pensar em ti… Estranho como há certas coisas que me fazem pensar em ti…

Estou aqui, sentada a pensar e escrever sobre ti, para ti, mesmo que não venhas nunca a ler este texto.

Gosto de ti e tenho tido cada vez mais certeza disso à medida que as horas que passam fazem os dias passar. Tenho saudades tuas… A minha pele sente a falta do toque da tua, o meu nariz sente falta do teu cheiro, a minha boca anseia pelos teus beijos e toda eu sou só saudades…

Não sei se me consigo preparar para estar só contigo, nem sei até que ponto isto vai durar, mas sei que é contigo que eu quero estar, mesmo que seja só uns dias por semana, mesmo que sejam noites apenas, mas quero estar contigo. O carinho que senti por ti da primeira vez que te vi foi aumentando e cresceu tanto que hoje a saudade me faz doer os ossos… Ponho-me a pensar e deduzo que é mágica a forma como os nossos dedos se entrelaçam quando damos as mãos, é mágica a respiração descontrolada que dantes me dava medo e agora me causa desejo, é mágica a maneira como todo o teu ser encaixa dentro de mim…

Mesmo que magoe outras pessoas, mesmo que não entendam isto que eu sinto por ti, mesmo que eu não o consiga compreender, eu SEI que isto é verdadeiro. Pode deixar de o ser daqui a algum tempo, mas HOJE eu SEI que é verdadeiro. E por isso mesmo quero poder vivê-lo intensamente como vivemos aquelas noites fugidas às escondidas no teu quarto, onde nada mais para mim teve importância enquanto fazíamos amor. Nessas noites em que fizemos amor a chuva caiu, o vento soprou com fúria e as pessoas lá fora caminharam apressadas para qualquer destino incerto, mas nós apenas fazíamos amor. E o amor que fazíamos crescia e transbordava de mim para ti, desde dentro dos nossos corpos suados, brotando por todos os nossos poros…

É isto que eu quero: ser tua, ser só tua. E à medida que esta carta de amor ganha forma mais me dou conta que caí num jogo de sedução que eu mesma criei e agora vejo que perdi para o jogo e me encontro rendida… Rendida aos teus olhos, aos teus beijos, ao encanto que os meus olhos viram em ti…

- E agora? - Perguntas tu… - Que faremos em relação a isto tudo?

- Não sei, meu bebé… - digo enquanto dou mais um bafo do meu cigarro.

Não sei mesmo. Sei que o medo que tu tens eu também o sinto, mas está a saber-me tão bem estar assim, neste estado de paixão, que por agora não quero nem pensar no que poderá vir a ser depois…

sexta-feira, abril 10, 2009

quinta-feira, abril 09, 2009

Te quiero

É aqui que quero ficar. Tenho certeza que, por muito mal que depois disto tudo me vá sentir, é isto o que eu quero: ficar contigo, sem mais ninguém no meio. Quero permanecer neste estado de não sei bem o quê, mas sei perfeitamente que é isto o que quero. Ontem acordei com as ideias claras e hoje me decidi a escrevê-lo para que tu, mesmo sem o leres, saibas que é contigo que eu quero ficar. Quero que tudo vá para o ar e só fiquemos nós dois fechados à chave no teu quarto a fazer amor, que é mesmo isso o que nós fazemos, sem o egoísmo de buscar o prazer no corpo do outro, mas com o altruísmo de só proporcioná-lo. Quero-te, muito, desejo-te, ardentemente, gosto mesmo muito de ti, fizeste crescer este carinho, transformando a amizade numa coisa muito maior e mais especial. E por isso mesmo te dedico estas palavras. E é por isto que espero em silêncio que o teu silêncio se transforme em voz e que a tua voz dê vida às carícias…

Te quiero....

terça-feira, abril 07, 2009

Qualquer lugar do mundo

Em dias de chuva e vento, quando o mar se revolta contra os ventos que o agitam, saio de casa e vou até a praia caminhar à beira mar, num acto de purificação, para poder esclarecer a mente e por as ideias bem arrumadas no seu devido lugar. Olhar o mar se debater na areia lava-me a alma e eleva-me muito além de onde o mal tem mão visível e se faz sentir… Espantoso o poder que ele tem, não achas? Parece absurdo, mas este pequeno exercício faz-me aceitar os dois lados da Vida; o lado negro e o lado luminoso e deixar que a Vida e Morte se cruzem numa dança de sucessões sem muito ou com nada a explicar… Eu sou assim; não tenho pé fixo, gosto de estar sempre em movimento, viajar sem rumo e sem raízes, deixar a Vida prosseguir o seu percurso levando os meus passos aonde só Ela quer…. Eu sou assim; errante por natureza e enquanto chova e faça sol, enquanto eu possa ter o mar por perto para poder limpar a mente, purificar o coração e libertar o meu espírito onde o mal não me possa tocar, enquanto eu possa sentir o vento na minha pele, fazendo redemoinhos no meu cabelo, enquanto eu posso ouvir as árvores sussurrar convidando-me a juntar-me a elas na sua jornada de sofrimento e sabedoria, enquanto eu possa continuar a acordar com o sol a entrar pela minha janela, os passarinhos a dizer-me que é um novo dia e que tu ainda cá estás eu não vou deixar de ser eu. Enquanto te tenha por perto para preencher os meus dias de felicidade, qualquer lugar do mundo para mim é casa.

Macaquinha penduricada de um só braço na corda e com uma banana na outra mão...

Momentos

Espaços de tempo onde vivemos fracções da vida, onde partilhamos emoções e sentimentos. Momentos são fotografias mentais da própria Vida, da nossa e da dos que nos rodeiam. Há momentos felizes, há momentos tristes, mas todos ficam gravados no álbum de recordações da Vida. Os momentos podem ser pequenas porções de vida, mas podem também ser grandes, prolongados...

Recordo frequentemente os muitos momentos felizes que juntos vivemos e, ao recorda-los é quase como se os vivesse de novo, com a mesma garra, com o mesmo sorriso e o mesmo arrepio na espinha...

Ontem, rebuscando coisas no meu pc, remexendo nas fotos que tinha desorganizadas, sem nome ou sem pertença de alguma pasta com nome apropriado, descobri uma foto nossa, onde estamos os dois com um sorriso tonto, mas nota-se que nesse momento éramos felizes, então, ao ver a foto, decidi colocá-la no ambiente de trabalho do meu laptop e agora de cada vez que o acendo vejo-nos a nós dois, juntinhos, abraçados, com o sorriso típico de um casal apaixonado... Gosto de ficar a olhar bem no fundo dos teus olhos castanhos que tanta beleza em mim vêem, perder-me neles e voltar uns anos atrás no tempo onde, por momentos prolongados, fomos verdadeiramente felizes.

Às vezes penso que fomos criados para estar juntos e que depois de todas as separações e provações que a Vida tem para nos oferecer, no final da linha, o comboio vai parar e nessa estação haveremos de estar lá os dois, só nós os dois e então será quando a Vida nos permitirá ficar juntos e viver o "feliz para sempre" das histórias que nos contaram quando ainda éramos crianças... Mas às vezes, especialmente quando nos esbarramos no msn e falamos do que foi e do que não foi tendo podido ser, dou-me conta que afinal nos não podemos ficar juntos, porque a Vida, sendo tão filha da mãe, tão tirana, não nos quer permitir o acesso à felicidade plena que seria ficarmos juntos.

Quando penso que hoje poderíamos estar casados nem sei se fico triste ou se dou graças aos céus. Sei que juntos fazemos o melhor par de amigos, o casal mais apaixonado, mas sei que juntos ambos teríamos de abdicar de coisas que nenhum dos dois está preparado para abdicar, por isso conformo-me pensando que talvez assim seja melhor e que se as coisas têm que acontecer eventualmente algum dia acontecerão...

No entretanto posso contar-te que actualmente tenho namorado, que as coisas entre nós dois aconteceram sem que nenhum dos dois previsse ou pudesse impedir, posso dizer-te que não deixaria de estar com ele para estar contigo, mesmo que tu mo pedisses. Além disso eu sei que não és capaz de largar a tua vida e ir comigo para Barcelona longe de todo este Portugal que nos enche das orelhas até aos pés e ata as nossas asas.

Esperei por ti, noites e dias, horas prolongadas com o gosto amargo de saber que não virias, mas mesmo assim, sempre enganando-me, mentindo-me, prolongando a espera por apenas um dia mais, até que um dia, convidaram-me pra jantar, um amigo, uma curte de uma amiga e foi nessa noite que tudo mudou. Nessa noite deixou de fazer sentido continuar esperando por quem nunca haveria de chegar. Nessa noite deixou tudo de fazer qualquer sentido; Os meus princípios foram todos ao ar e, mesmo com remorsos e fantasmas na cabeça, aceitei os beijos que me foram roubados, saboreei as carícias que me foram brindadas e deixei-me levar na doce loucura do momento que se seguiu...

Hoje já não posso negar que quero estar com quem estou e, por isso mesmo, acho que tudo aquilo que era suposto vivermos ainda vai ter que esperar mais alguns três anos, ou menos, ou mais, mas vai ter que esperar.