Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

sábado, julho 13, 2013

Diferentes ângulos, a mesma coisa, uma única visão

Entende que, por muito que eu quisesse poder dizer o contrário, a tua visão e a minha são muito diferentes. E a tua, diga-se em boa verdade, está errada. Sim, eu sei que isto dito assim soa prepotente e arrogante. Mas já sabes que eu sou prepotente e arrogante, de que te queixas?
Eu não podia continuar a assistir ao pior filme do ano, comendo aquelas incómodas pipocas que se instalam nos buracos entre os dentes, insistindo em empurrar esses pedacinhos pela goela abaixo com aquela porcaria a que chamam de refrigerante e deveriam chamar de "adocicante", sentindo o nó na garganta apertar ainda mais e o pigarrear causado pelos tais pedacinhos aumentando em franca exponencialidade. Não foi para isso que eu paguei um bilhete tão caro!
Eu tive de me levantar, atirar os óculos 3D ao chão e senti-los a estilhaçar debaixo dos meus pés para poder dizer que este filme não presta, cheira mal, está em desuso, está todo errado!
Irra! Porra! Que até me dá raiva só de recordar!.... Mas isso tudo tu já sabias. E eu não posso, nem vou compactuar com o pacto de burrice que fizeste.
Se me permites, a vida é tua, mas eu, que assisti muitas vezes ao abrir e fechar da cortina e participei nos preparativos antes da festa e ajudei a arrumar o salão depois da despedida de todos, numa luta conjunta de vencer o sono e o cansaço, também tenho uma palavra a dizer. É que não é todos os dias que se vê uma grande obra desmoronar ao som dos tambores, fogo de artifício e sorrisos arreganhados. Uma obra com esta grandiosidade não pode cair e se cai a gente, em conjunto, reergue-a num sentido e doloso esforço que é como quem faz um parto, não apenas assiste ao seu desmoronar ao ritmo de uma rumba!! Mas onde é que já se viu...?
Não. Eu não ficaria de bem com a minha consciência se permanecesse quieta. Tanto que tive de virar a mesa, atirar a toalha ao chão, partir os copos e pratos, fazer o berreiro monumental a que assististe para, numa última e desesperada tentativa, fazer-te acordar. Só não contava que já estivesses de olhos bem abertos e em caminho ao precipício deliberadamente. E assim sendo só me restava bater a porta na minha saída sabendo que te magoaria, que te abandonaria, mas quem tem razão sou eu. E tu vais reconhecer isso.
Pior de tudo é que vais reconhecer e eu adorava que um dia viesses e me esfregasses na cara o quão errada eu estava.....

Another year has come

Mais um ano que passa. Já nem sei se me lembro de ti ou se é apenas esquecer de me esquecer.
Espera! Preciso de vinho para isto. Preciso de vinho para ouvir a tua voz e lembrar-me que és tu.
Quem eras? Just a person. Mais uma pessoa no meio de multidão.
Preciso vinho! Verifico nos armários que vinho não há! Será na base da cerveja, então!
Ah, mas o vinho!.... Aquele doce pesar na língua que só ele me oferece!... Ops... Lá estou eu a divagar.
Onde é que eu ia? Ah, pois a tua voz! Estranho, já não me lembro do timbre da tua voz nos meus ouvidos. Esqueci-me de te ligar e dizer isso mesmo: já não sei bem quem eras, ou quem foste. Mas, no meio de tudo, fizeste-me aprender como não amar. Uma lição aprendida e apreendida que guardo só para mim e que nunca uso. Mas obrigada, do fundo do coração obrigada por tantas lições que me deste a conhecer. Optei por ignora-las todas e olha bem onde isso me levou! Já construí tantos muros que estou em crer que todos juntos davam três voltas ao infinito and beyond. Todos eles caíram precisamente porque decidi não aplicar nenhuma dessas lições.
Mais um ano passou e mais uma vez, esqueci-me de quem foste. Acho que se me lembrasse e tivesse a ideia de escrever um livro sobre ti teria ganho fortunas multimilionárias; as pessoas adoram ler sobre estas coisas: amores perdidos de tão impossíveis, noites de solidão, cicatrizes emocionais, drama e mais drama. Mas, enquanto o tempo foi passando eu acabei por esquecer-me. E não me fiz milionária! Mas vivo bem com a minha consciência, vivo melhor ainda ao olhar para atrás e saber que não foste ninguém quando eu pensei que eras quase tudo.
Obrigada.

I am a flower (bilingue)

No meio do cheiro a verde, dos ramos que estalam, dos raios de sol que aquecem.... Eu sou uma flor.
Posso não ser uma flor vistosa, posso não ser uma flor radiante, o meu perfume não é de todo muito agradável. Mas eu? Sou uma flor!
E como uma flor sou sensível... Preciso de água, de terra, de vento... Preciso de luz e escuridão.

I am a flower. Not the most exotic one, or the rarest.
I don't have thorns, or bees around me. I cannot give you honey, neither the promise of ultimate miraculous elixir.
I am just a little flower. I'm no good for decoration of any kind.
In fact, my mere existence, is just a coincidence, an error of Nature, a mutation.
You see, I was born to be an animal. A dangerous one. But then, Destiny screw that up and here I am, turn into a beautiful flower, ready to be picked up and poison you to death as your fingers touch my silky smooth petals.....

Limites

Todos os corações têm um limite. E é na diferença no que acontece depois desse limite que se faz a diferença entre as pessoas: alguns corações, depois do limite, explodem – e atiram para fora tudo o que estava por dentro a magoar; outros corações, depois do limite, implodem – e atiram para dentro tudo o que estava por fora a magoar. Seja como for: todos os corações acabam em cacos. "In Sexus Veritas", de Pedro Chagas Freitas

O coração dela

O coração dela era como um hotel. Havia sempre gente a entrar e a sair. Ele foi apenas mais um dos que prometeu prolongar a estadia, mas saiu sem avisar. Partiu de madrugada e nem a chave do quarto devolveu. Depois dele o hotel fechou para remodelação e tardou vários anos até voltar a receber hóspedes.