Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

segunda-feira, setembro 12, 2011

Momentos de lucidez (Part - I)


Os meus dedos deixam um rasto sobre ti que há já muito não deixavam. Iluminas o caminho e perdes-te no escuro da noite que, em silencio, me ouve murmurar. Há já muito que deixei de te sentir, de te ouvir, de te respirar, já o teu cheiro não me recorda e os meus dedos já não se lembram do som.... Mas recordo que era bom.
A ironia das noites ainda está presente e eu pergunto-me se alguém te conhece tão bem como eu... Mas tenho medo da resposta por isso volto pro cigarro, dou uma passa e esqueço por momentos de como foi bom ter-te em mim fundida....
Na televisão só as tele-vendas. Por onde quer que as teclas do comando me levem aqueles anúncios interminavelmente chatos de produtos desnecessários que nos entram pela janela daquele aparelho estranho que nunca irei entender.
Pego no telefone e procuro o teu numero, mesmo sabendo que nunca o tive, na esperança vã de haver uma falha no sistema, um erro no meu cérebro que me permita, desta vez, só desta, olhando para o número, ter a nostalgia dos dias que passaram. Mas o cérebro não falha e o pequeno aparelho que nos liga à outra margem do rio da nossa vida mostra-me aquilo que eu já sabia. Respiro fundo e acendo outro cigarro enquanto o sono não vem. Imagino quem hoje te tocará na palidez das horas que se desvanecem, mas a memória atraiçoa-me e entro em viagens de paradeiro desconhecido, recordando os dias que investimos contra o destino. Há alturas em que desejaria sentir a dor de não te ter... Desconheço completamente a causa assim como a dor de te ter tido sem nunca te conhecer.
O meu corpo entorpece e uma vez mais sonho com dias que não tive, com o futuro de um passado desconhecido que nunca soubemos aproveitar. Já ninguém deixa em ti um rasto como os meus dedos há muito não deixam.