Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

quinta-feira, novembro 15, 2007

Fios de vida

Incrivelmente dou por mim a escrever estas linhas de pensamento as 3e44 am... Devo estar louca!!
Tenho frio nos pes e na alma....
Ouco Chopin e penso em milhentas coisas sobre as quais me apetece escrever mas nao tenho a agilidade suficiente nos dedos para o fazer...
Penso nos ultimos acontecimentos ainda com raiva.... Sinto-me a pessoa mais injusticada deste planeta!! Ontem estive as portas da morte por minha estupidez e de pensar nisso sobe-me uma raiva tao grande nos dedos que ate os ouco estalar!
Como nunca antes havia querido, do fundo de mim, desejei, verdadeiramente entregar-me aos braços da Morte.... Deixar-me por ela ser beijada na desistencia de tudo o que conheço como e por Vida... Desistir, apenas deixar de respirar por completo... Ja não me faltava muito... Ja estava com uma crise severa de asma porque não aproveitar??.... Pra que resistir e continuar a dar os passso errados? Continuar a esperar demais das pessoas erradas e continuar a ter desilusões? Porque permitir-me mais enganos e quedas psico-emocionais? Mais abalos e feridas fisico-materiais?
Quis desistir, mas não desisti.... Devia ter desistido.... Arrependo-me... Tenho pensado nisso todo o dia, pelo menos toda a parte do dia em que tenho estado acordada porque com as drogas que me deram no hospital mais as que me receitaram (e eu feito cordeirinho comprei) não fiz outra coisas senão sornar...
Não desistiria por ninguem mais que não eu... Estou cansada.... Demasiado cansada... Cansada e com ganas de me morrer... Não de me matar, diga-se e entenda-se, mas sim de me morrer.... Fisicamente, claro. O ser within ja se foi ha "n"....
Quis desistir, mas sou uma puta tão fraca que nem pra isso tive força! Raios me partam!! E ainda me gabo de ser uma gaja com colhões... Puta que pariu... Valente fachada, Teatro de merda! Vivi 24 anos e 362 dias da minha vida enganada... Enganada principalmente por mim!! Puta de Merda!
Estou muito mais que velha, estou completamente roidinha por dentro.... completamente em ruinas! C-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e... E so agora me dou conta disso.... Não me valho a pena... Não me valho nada! Rigorosamente nada!
A cada instante que passa a minha fraqueza lateja nas minhas veias.... Apetece-me um puto cigarro e sei que os tenho em cima da cama, mas tambem sei que não posso e que assim que eu pegue na caixinha azul de camel light e acenda um dos cigarros marlboro que la tenho vou, na melhor das hipoteses, sentir o remordimento a martelar-me a cabeça como um pneumatico....
Nem um copo da absinto pra sentir estupidificar posso tomar ainda me da uma merdainha qualquer e la volto eu feito cachorro arrependido, ovelha tresmalhada ao ambulatorio de urgencias....
Nem uma puta alma se preocupou com o meu debilitado estado de saude, de quase morte, diga-se! Sim, porque estive mais perto de bater as botas que nunca!! E mesmo assim, aqueles que dizem que tanto me querem nem uma msg de verdadeira preocupação mandaram! E no fim do dia, quando ja estou quase de saida, aparece o heroi do dia!!
Quero voltar pras urgencias! Quero etar la e ficar mais dois ou tres dias pra que me encham as veias e os pulmões de drogas que me fazem dormir e perder a vida que por mim passa e me tenta puxar e aprender a si quando tudo o que eu quero e desprender-me dela....
Baaah! Que putada.... nem forças pra me deixar ir tive e agora estou aqui colada a cama e ao pc a escrever que quis deixar-me ir! De que me vale a intenção?? Que caralho!!

quarta-feira, novembro 14, 2007

Martes, 13 de Noviembre... Resolução de uma vida em 24 h

Abrem-se as portas do ambulatório de urgências e fecham-se-me os horizontes...
À medida que o ar vai resistindo a entrar-me nos pulmões os pensamentos brotam com maior facilidade....
Já ouço a marcha funeral by Chopin ganhar mais volume que os batimentos do coração que tão despegada e sinceramente te abri.... Confiei-te a minha vida inteira em apenas um par de horas de umas quantas noites de conversa...
Fui tua como de homem nenhum fui. Fui tua como de mulher alguma terei sido ou serei...
Dei-te muito mais que tinha pra dar, dei-te o meu metamaisquefisico e deixei de existir... Dei-te o que hoje és e fiquei sem mim, sem mundo, sem pele, sem ossos, nem feridas,
sem marcha, sem tom, nem som, sem fúnebre, sem marcha fúnebre, dei-te o meu ar e a minha asma, dei-te pedaços do meu corpo, por dentro do meu corpo, que nunca jamais alguém pensou existir, viste de mim tudo: o que todos veem, o que alguns veem, o que apenas eu sabia que existia dentro de mim, mesmo sem nunca ter visto e o que nem imaginava ter por dentro que nunca jamais alguém, àparte de ti, viu ou verá...
Comecei a sentir que tinha dado demais.... Mas já não conseguia parar... Travei um pouco, mas parar não... E em pouco mais de 12 horas veja a resolução daquilo tudo que te dei e não devia ter dado....
Criei a minha própria morte nas tuas mãos... A minha morte metafisica, metamaisquefisica, irreversivelmente muitomaisquefisica...

Põem-me a máscara de oxigénio e duas agulhas até aos ossos e o meu corpo volta à vida, mas a minha alma continua submergida na lama da minha perda de mim para ti...
Que fiz eu de mim? Amei-te demasiado e hoje deixas-me plantada no pátio das traseiras da tua vida esperando que a Morte que tu me deste a beber me sufoque por meio da asma e me leve para que possas finalmente ter o protagonismo que tanto queres....
Que fiz eu de mim?? Foste sendo a morte da minha vida, ganhando espaço por entrelinhas nas folhas brancas e vazias do meu book of life que eu te dava pra viveres as tuas poesofantasias e tomaste-me o livro itself...
És o meu inferno do céu que contigo partilhei... És o veneno de mim que não tem antidoto... És o apocalipse dos pratos e copos de cristal da nossa meiabandalaria... És o parto do morto... Foste a minha morte quando eu te dei vida...
O que fiz eu de mim, minha mancha fúnebre?? O que fiz eu de mim?

Water

When you go you go alone and when you stand you’re on your own…

I wash the streets from your skin when you come home…

We’re nothing like friends you had no time to land…

And if I’m hurt than you’re the blind…

You wash my trace from your skin and you leave again…

You wash my trace from your skin and you leave me again…

Never make plans live only days of one-night stand…

You work the cross you made your own…

The streets from my skin….

sexta-feira, novembro 09, 2007

Joga

All these accidents,
That happen,
Follow the dot,
Coincidence,
Makes sense,
Only with you,
You don't have to speak,
I feel.

Emotional landscapes,
They puzzle me,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

All that no-one sees,
You see,
What's inside of me,
Every nerve that hurts,
You heal,
Deep inside of me, oo-oohh,
You don't have to speak,
I feel.

Emotional landscapes,
They puzzle me - confuse,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

State of emergency,
How beautiful to be,

Emotional landscapes,
They puzzle me,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
State of, state of,
How beautiful,
Emergency,
Is where I want to be.

State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.

State of emergency,
How beautiful to be.

quinta-feira, novembro 08, 2007

A minha telenuvem

Oh, vá lá... Ainda não quero sair, está tão quentinho cá dentro... Vá lá, desliga o despertador e cobre-nos com o cobertor. Ainda não é demasiado tarde e eu quero ficar aqui... Assim, quente, envolta no nosso manto de felicidade. Deixa-me ficar aqui e deixa-te ficar comigo...
De cada vez que um de nós abre a porta e sai para o mundo demoramos muito a chegar e o voltar a casa um para o outro nunca é uma certeza...
Quero apenas sentir nas costas o ritmo semi-pausado da tua respiracão durante mais uns momentos.. Quero continuar a sentir-me protegida pelo teu beijo debaixo dos cobertores e conservar estes momentos nos quais o poder da tua presença me teletransporta a uma nuvem de ilusão de onde não quero mais sair até o Nunca ser tempo e onde o Sempre não tem mais fim... Quero permanecer envolta numa bruma ilusória de história encantada e poder acordar e adormecer as vezes que quiser no mesmo instante e ver os teus olhos a brilhar para mim, só para mim, e ouvir a tua voz cantar enquanto adormecemos... Quero eternamente ser embalada pelo ar quente e abafado que soltas nos gemidos semisurdos semicalados quando te perdes mergulhando em mim.
É aqui quero ficar... Apertada pelo teu abraço à medida que nos vamos deixando cair no sono, com a janela um pouco aberta para deixar o fumo sair e renovar o ar que respiramos. Com o som da tua musica que pouco me deixa dormir mas me faz sonhar e apaixonar-me um pouco mais de cada vez...

tranquilizer

Ok, eu vou... Encontro-me contigo e depois quê?? Sexo?! NAO. Please don't....
Será que por mais bonitos olhos, por sorriso mais iluminado, por mais boa conversação que tenhas, não entendes que não e isso que procuro?? PALIZE!! Será que já não se pode dar dois de conversa a um gajo sem segundas intenções? Será que uma miúda já não pode ir descansada pra casa de um desconhecido sem que ele pense em come-la??
E que, não e por nada, mas sexo e prazer não obrigação (bem, a menos que haja um pagamento implícito, que não e o caso)...
E que sexo e bom, claro, mas sem pressões, quando todos os membros envolvidos estão into it, de mutuo acordo.
E nestas alturas que me sinto a precisar de algo que me acalme os ânimos... Uma poção magica que tenha o dom de me apaziguar o sangue fervente e distender a mão cerrada... Uma bebida, sei lá.. Mas, bem, no meu caso seria mais uma serie de cubas-livre a ver se com a bebedeira deixo de ter tendencias homicidas e relaxo um pouco ate conseguir decidir se de facto quero ir ou não com mais este otário a casa dele, sabendo que por mais que ele diga que não, a noite acabara de forma trágica: ou ele irritado porque eu lhe dou o corte justo no momento em que ele tenta uma aproximacao mais física, ou então eu irritada porque o gajo não aceita o corte e tenta por todas as vias fazer de mim mais uma vítima por ele arrastada na noite do mercado da carne...
Acabo por ser convencida a ir com ele. BOUA! ESTUPIDA! PARVALHONA! OTARIA! Já sabia como a noite iria terminar... Vou de táxi pra casa porque o gajo esta histérico, do tipo silencioso, só porque eu lhe disse "não quero foder contigo" e peguei no casaco perguntando-lhe se me ia levar a casa... Nem respondeu, o balde de agua frio deve-lhe ter congelado as ideias, a julgar pela expressão de perdido da sua cara...
Apanho o primeiro táxi que passa.
Já em casa, abro o frigobar e tiro de lá uma cerveja. Entro no quarto, acendo um cigarro, enquanto tiro o casaco, e agarro no pratinho, na navalha, no saquinho, no canudo de metal e dou uns tiros... A ver se me passam os nervos...
Ah! Tinha-me esquecido de vos contar.... Adivinhem o quê? Ate a porta de casa tive que aguentar com o fado que o taxista me tava a dar.... P-A-L-I-Z-E!!!!!!!!!.................

quarta-feira, novembro 07, 2007

Ti voglio bene, Nicole

Sentada, mais uma vez sentada... Sentada no rés-do-chão duma cama-beliche de um minúsculo quarto de um apartamento de um 3º piso algures perdido no meio duma cidade grande... Sentada me leio... Releio e volto a esquadrinhar as linhas que a tantos dediquei... E hoje te dedico…

Tinha-me decidido a esquecer a dor, fechando o coração para que ela não pudesse voltar a entrar e destruir tudo por dentro de mim... Mas aqui, perdida nos lençóis de uma outra cama deste mesmo apartamento de 3º piso, iludida pelo olhar terno e voz macia de uma italiana linda de morrer, ou já cansada de tanto resistir à paixão e a todas as suas graduações de temperaturas, larguei o escudo e tirei a farda de combatente, baixei as armas e defesas e sucumbi aos beijos e às noites de histórias encantadas de que tantas vezes ouvi falar e que tantas outras quis viver...


Deixei-me envolver pelo teu abraço, minha querida... Deixei-me seduzir por tudo em ti... És uma autêntica jóia... A princípio tentava evitar encarar a tua mirada porque me sabia fraca o suficiente para cair nas malhas da tua rede... Até ao dia em que te deixei claro que quando chegasses a casa um pouco passada e sentisses a necessidade de falar, me podias bater à porta do quarto. E tu, como uma boa menina, não perdeste o tempo e justo na noite seguinte me foste bater à porta... Tinha praticamente acabado de chegar e também estava passada... Tinha pensado bater eu à tua, mas achei melhor que não, até porque nas minhas mocas eu gosto de silêncio e não falo com ninguém, apenas me fecho dentro do quarto à espera que venha o "bajon" e depois o sono...

Mas tu não, tu te tornas mais sociável do que és, muito mais simpática e com um sorriso contagiante. Tu cantas e danças como uma sereia encantada e toda tu transmites luz como um anjo... Talvez por isso tenha passado a bater-te à porta com alguma frequência, porque todas as noites eram noites loucas lá no trabalho e tu tinhas sempre um bom paleio e uma cerveja fresca para me acalmar as ânsias... e às vezes até me convidavas... Como nessa noite... Abri a porta e levei de golpe com o teu olhar wide wide open e iluminado e disseste: Ho una cosa da darvi, vuoi? Disse-te que sim, mas devo-te confessar que não estava muito segura se devia continuar, mas fui contigo pro teu quarto e estivemos de conversa e de festa até ser de manhã, quando o sol já ia alto...


Passaram-se algumas noites e a ligação entre nos estava cada vez mais forte quando tentaste arrancar dos meus lábios um beijo, aquele que tanto te queria dar, mas por medo de me apaixonar, por saber que me iria apaixonar, me impedia e privada de te dar. Olhei-te nos olhos e, analisando o tom da tua voz, envoltas num abraço que me aqueceu o corpo, roçamos os lábios e deixamos as nossas línguas se tocar numa dança que as enrolou uma à outra num beijo profundo e suspirado, como aqueles que se dão a que se ama, quando se ama.

Fomos visitando o quarto uma da outra alternadamente, durante algum tempo até uma manhã ouvir a voz de outra pessoa no teu quarto...Nessa manhã senti que, mais uma vez, me tinha enganado, que me tinha deixado iludir pelos teus lindos olhos e a tua pele de seda, cada vez mais profundamente e cada vez mais cegamente e cada vez mais devotamente em cada noite que fazíamos amor...Tinhas-me dito que não te agradava apenas o sexo, que não fazias sexo, mas sim amor... Tinhas-me dito que também tu tinhas fechado o teu coração ao amor durante algum tempo por causa de uma gajo qualquer que te tirou a fé nele, mas que depois tinhas conhecido uma miúda que te fez esquecer esses medos e te fez compreender que depois de cair a única solução e levantar-se. E, recordando todas estas palavras, sentia que tinha caído numa lengalenga barata. Tinha caído na tua história e nessa manhã senti-me suja, estúpida e destruída por ti e por mim, principalmente por mim, por me ter permitido ouvir a voz do coração que me pedia que me deixasse apaixonar por ti e senti-me com tanta raiva!...

Mas para tudo há uma explicação e se ela é verdadeira eu creio que se sente, não é assim? No meio destes atropelos, por falta de comunicação nos ferimos uma á outra de verdade. Tu com uma colombiana qualquer no mesmo quarto que tantas vezes foi o nosso, onde as paredes são testemunhas do nosso amor, e eu com o teu amigo, num qualquer quarto de um hotel enquanto trabalhavas, por vingança e despeito exactamente na noite desse mesmo dia. Mas nenhuma de nos gostou do que fez e, dias depois, quando decidiste bater tu à minha porta, porque já há mais de uma semana que eu te virava a cara e ignorava explicitamente, perguntaste-me que tinha passado com o teu amigo e me disseste que, tal como eu, tinhas ciúmes... Era de manhã e passamos o dia todo agarradas uma a outra dormindo na minha cama, como uma primeira vez...


Hoje passei por ti, estavas linda como sempre, trabalhando e não te quis incomodar. Sei que quando terminares tudo o que tens a fazer virás pra casa e bater-me-ás à porta do quarto para me pedir que vá pra tua cama...E por isso respiro fundo e a gosto por saber que tudo o que aqui te escrevo faz parte de nós e que por nos termos ferido e, posteriormente, nos termos curado uma à outra ficará gravado na tua mente e no teu coração quando vás para o México...

Sei que me ira custar passar noites e dias sem ti, mas sei que, de vez em quando, te irás lembrar de mim com o mesmo carinho que eu te dedico. Dizes que vais, mas voltas, eu prefiro não pensar nisso, sei que és um pouco como eu e que, no último minuto antes de embarcar no avião de volta, podes decidir ficar. Por isso se voltares será uma euforia para a minha alma voltar a ter-te por perto, mesmo que os nossos corações já não se amem da mesma maneira. E, bem… Se não voltares, em cada pensamento que te dedique, sentirás um beijo dos meus e eu lembrar-me-ei durante muito tempo com um sorriso na cara a noite em que me disseste: Mi piace fare l'amore con te!

terça-feira, novembro 06, 2007

El otro

Preferia que fosses o outro, o segundo, aquele que eu vi antes do primeiro que es tu. Tu.
Preferia que fosses outro, o segundo aquele que vi do outro lado antes de te ver. Preferia ter-te como nao te tenho e ser tua como nao sou. Por certo ja teras pensado nisto... Imagino que sim, meu novo querido.
Prefiro nao falar, apenas olhar-te com los ojos y la sonrisa. Permanesco quieta, parada, callada, escuchando tu voz fuerte(!) diciendo suaves cosas. Si me entiendes, se que se escuchas las palavras que te escribo y las que te pienso. Y me diste espacito... Un poquito, para que sea meor, mas natural y permisivo....

segunda-feira, novembro 05, 2007

Ir

Entramos. Fizemos vida com as maos e amor com as palavras.
Encheste-me de medo e liberdade e vontade de amar e fragilidade...
Fomos um na memoria das noites e dei-te o meu dormir atado ao meu despertar.
Abrimos gavetas e desarrumamos a casa cansados e com sede.
Fomos abrigo e alimento.
Fomos o alento e as sorrisas, o ombro eterno que seca as lagrimas, a baba e o ranho, fomos o olhar que apazigua, o gesto que cura, o abraco quente em noites e dias de vida fria, tao puta como esta...
Foste o sol na minha noite, eu a tua danca de rodopio.
Foste o mar que me quase tragou e eu os vendavais que te agitavam.
Foste as minhas direitas quando ambos pes calcavam sapatilhas esquerdas e eu fui aquela que te via no espelho quando, num ritual cerimoniosamente demorado, te deixavas quedar preparando-te para sair.
Foste as cordas do piano, da guitarra e da harpa, o compasso desacertado, mas correcto, e a voz (ai, a voz, aquela que gritava, falava, sussurrava e gemia de dentro de ti atravez de mim para desaguar ca fora) da minha musica sem som nem tom e eu o teu publico, a tua legiao de fans, a matilha de criticos que te fazem melhorar, progredir.
...
Fomos agua e sede...
Fomos a teia e a presa.
Fomos bandidos e adictos. Fomos cumplices e juizes. Fomos condenado e condena.
Fomos o tempo parado num mundo sem sentido.
Fomos o coma e a amnesia.
Fomos o mais e o menos.
Fomos por caminhos similares, mas direccoes distintas. Fomos afastando-nos. Fomos desconhecendo-nos, irreconhecendo-nos. Fomos o inicio do que foi o fim.
Fomos.
Apenas nos fomos sem mais voltar....