Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, maio 19, 2009

Diz-me lá, quero saber; Como é a vida desde essa margem?

Não. Não é egoísmo teres aquilo que mais desejaste e pelo que mais lutaste nestes últimos tempos e mesmo assim desejar dormir abraçada a alguém que te dê o carinho de que careces. Não me parece nada egoísta que tu, tendo passado pelas privações e provações pelas quais passaste sintas necessidade de afecto.

És uma lutadora, mas isso não faz de ti insensível, és uma mulher extremamente doce, do tipo manteiga derretida, mas isso não faz de ti o alvo perfeito para que todos se armem em parvos e reúnam forças para te infernizar a vida. És uma mulher que não soube fazer tudo o que os outros queriam, contrariaste o mundo e, mesmo sabendo um pouco do que te esperava lutaste e remaste até a outra margem. Diz-me lá, quero saber, de que lado a vida é mais bela? Não, espera. Não respondas, já sei a resposta, soube-a mesmo antes de saber a pergunta. Soube-a há uns anos, e confirmei-a quando desatei a chorar convulsivamente sentada na beira da tua cama.

Sei que o bem que tens é o mais desejado, o mais importante e talvez por isso mesmo o mais difícil, mas também sei que farias tudo de novo, com a mesma convicção de que estavas no caminho certo. E adivinha, minha linda. Estavas mesmo no caminho certo.

Hoje olho para ti e vejo uma mulher, uma grande mulher, decidida, lutadora, cheia de afecto para dar, que pode encher a boca a gabar-se porque tem motivos para isso. E por tudo isto és eleita a minha segunda heroína, a primeira já sabes, é a minha mamã, mas o segundo lugar no ranking to dedico exclusivamente a ti, por teres vencido todas as batalhas sem nunca deixar que isso te afectasse a essência, aquela essência que numa noite qualquer de um Novembro qualquer eu conheci e pela qual me enamorei.

Eles nada sabem, não te merecem e se por mim fosse iria até aí raptar-te para que pudesses tirar pelo menos uma folga...

À espera que as minhas pernas me levem até ti para resolver esta merda

Acho que sempre estive aqui, mesmo depois de teres ido embora. Pelo menos não me lembro de ter sentido tanta falta tua ao ponto de ter de sair de mim para te poder encontrar, mesmo embora tenha doído como o caralho. Levei apenas oito horas a poder racionalizar tudo e organizar a informação na minha mente e pô-la de volta ao seu pleno funcionamento. Fiz uma espécie de recapitulação dos episódios que vivemos, perdão, vivi ao teu lado. Sim, porque sempre te tive a partes, nunca por inteiro. Sempre soube que estar contigo era entrar numa roda-viva de filmes e esquemas estranhos, mas achei que poderia compensar, porque quando estavas era bom, foda-se era mesmo bom! Mas quando já não estavas por perto já não tinha assim tanta piada. Sempre soube que chegaria o dia em que um dos dois se fartasse, sempre dei mais probabilidades a que essa pessoa serias tu e, de facto, não me enganei.

Hoje que me ponho a pensar naquele fim-de-semana e já não sinto a mesma dor, aliás, sinto que não tenho a menor vontade de te ver, chego até a ponderar a hipótese de deixar o assunto e cagar pra tua raça. Afinal de contas o que é que eu tenho MESMO para falar contigo? Só de pensar que vou ter de olhar para a tua cara de mosca morta e ouvir as tuas falinhas mansas já me dá um fanico... Acho que melhor fecho-me em casa de quarentena até que me passe esta indisposição que me dá de cada vez que me lembro que tenho que falar contigo...

Esperando a que mis piernas tengan las fuerzas de llevarme hasta ti para resolver lo que aun me falta

Desde que te fuiste creo que siempre he estado aquí... No me acuerdo de haber salido de mi para volver a encontrarte. Perdí el regalo de tu compañía y esa fue una realidad dolorosa que rápidamente acepte; me bastaron apenas 8 horas de pensamiento fijo en todos los pequeños detalles y momentos, una breve recapitulación de nuestra pequeña historia, desde el fin hasta el principio terminando en el final que se conoce y no ninguno más.

Desde siempre supe que te tenía a mitades, a veces ni a mitades te tenia, siempre supe que estar contigo no era la opción más correcta, pero también siempre supe que de un día para el otro irías desaparecer de mi día a día. Seguramente ya adivinaba lo que podría llegar a sufrir si un día te despertaras y me dijeses que ya no daba mas. A su tiempo vino ese día, o mejor esa noche.

Pero no, si lo que quieres saber es si me gustaría volver a verte te diré que no, ya nada en ti me despierta la atención. Y ahora que me tienes aquí, casi vecina de tu puerta, con asuntos pendientes contigo las ganas de tocarte a la puerta que antes tenia ahora se me van, como si sufriese de una alergia fatal. Me incomoda pensar que aun tengo que resolver lo que sea contigo, me cuesta pensar que te voy a tener que ver la puta cara de "yo no fui" que me vas a poner, me revuelve las tripas saber que voy a tener que oírte con tus palabras falsas como si fueran la ultima verdad. Mientras esta reacción alérgica no me pasa mejor me quedo en casa e así evito ponerme peor ahora que casi ya me siento mejor de la adicción a ti.

Dor

Incomoda esta presença soturna que me cerca quando me dou conta que no final do dia não vou dormir com o teu braço servindo de encosto ao meu pescoço. Dói na pele, cada centímetro de pele que foi tua, que tocaste com as pontas dos dedos, cada recanto de mim que saboreaste com a língua, cada milímetro da minha existência material que tocaste com cada milímetro da tua... Incomoda, dói, pica por todo o meu interior sem saber de onde vem esta estranha sensação. Toda eu sou dor; doem-me os olhos de tanto chorar, os lábios de tanto os morder, a garganta que parece que tem um nó cego, doem-me os braços de me abraçar na busca de algum alívio, dói-me o corpo que te dei: mãos e pés, pernas e dedos, ancas e seios, doem-me as pontas dos dedos, doem-me as costas de me curvar em posição fetal para aliviar esta dor que sinto dentro, no peito, no coração, na alma.

Incomoda este vazio no estômago que não me deixa dormir, que me arranha a mente quando tento racionalizar tudo o que se pode ter passado na minha ausência, nas minhas costas, sem que eu me desse conta de nada, provavelmente mesmo debaixo do meu nariz...

Nem fazes ideia do quão difícil se torna; abraço a almofada enquanto me encolho toda quase imaginado que a almofada és tu e é como se a realidade se personificasse num corpo de mulher e essa mulher com ar grave e sério se sentasse na cadeira mesmo em frente à minha cama para me chamar à razão e é justamente nesse momento que me lembro que já não estas aqui e eu não vou poder encostar a minha cabeça no teu ombro, fechar os olhos e dormir nua encostada a ti pele contra pele, suor teu na minhas costas...

Tenho o cheiro dos teus pés nos meus ténis, tenho o cheiro do teu suor entranhado na pele, o sabor do teu sexo nas minhas papilas gustativas ainda perdura e tenho a ausência de ti, a dor dessa ausência que veio do nada, sem motivo ou causa justa. Tenho as tuas palavras ainda gravadas na memória do meu telemóvel, o som da tua voz às vezes ecoa na minha mente e em sonhos tenho-te a ti ao meu lado, mas só em sonhos; sonhos que me fazem vibrar, estremecer, suar, para logo despertar com a sensação de ter levado um murro no estômago, mesmo em cheio tipo "bonzai".