Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Hipnose

E de repente dei por mim sendo arrastada na corrente do teu olhar.. não quis fazer nada mais por muito tempo, tudo o que eu apenas queria era estar por perto, olhar nos teus olhos de vez em quando ou até mesmo desviar o meu olhar com a vergonha que me avassalava a mente e toldava o pensamento e tornava torpes os meus actos... "Tudo o que eu queria"... Acho até, que um dia cheguei mesmo a dizer-to, mas se assim foi acho que agora já não quero recordar.
Tenho-me sentido num estado de total embebecimento, adormecida pra vida até... E a causa disto és tu... ou eras! Já não sei bem. Sei que me senti, assim, de repente, a ser hipnotisada pelos teus olhos castanhos na mistura alucinante do meu cuba livre, da música e do tabaco... Era uma explosão de cada vez que saía escondida e fugia um pouco do mundo para ir de encontro a ti... só para poder passar meias horas de almoço contigo...
"De repente era assim do nada com um ser iluminado", vinha-me a frase à mente...
Mas sem saber entrei num vício do qual, sem ter vontade real disso, queria sair... Estou no meio, não me quero intrometer, mas já o fiz... O que faço eu agora?
Quero-te para mim, mas não to peço...
"Tens lumes?"... Eu disse....

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Ricardo

Por entre os sons distorcidos da realidade, ainda ouço a tua voz ao meu ouvido... Parece que foi ontem que tudo aconteceu, ainda estás com a mesma irresponsabilidade colada ao corpo, ainda tocas guitarra da mesma forma e ainda acredito que essa balada que tanto geme e grita tenha sido a mim dedicada no teu silêncio de solidão.
Ambos sabemos como tudo aconteceu, mas desconhecemos as razões para que tudo tivesse existido da forma como foi...
Sei bem o que sinto, não te confundas... Já deixamos de ser quem éramos para passar a ser quase dois desconhecidos, um dum lado da casa, a um canto sentado e, o outro, no outro extremo abraçando a sua esposa-guitarra...
Parece que foi ontem que tudo começou... mas já hoje não nos pertencemos mutuamente como "tinha sido escrito".
Por isso ignora todas as cartas que escrevi com a clara intensão de não tas entregar, esquece todas as palavras que não te murmurei com medo que fugisses, larga da mão todos os toques que não te fiz, de todas as vezes que não chegamos a fazer amor...
É bom ver-te assim e relembrar a beleza que tudo perdeu no dia em que começamos a correr tão rápido que as nossas mãos se largaram de vez...
Fazendo um balanço posso dizer que foi bom, eu gostei.

Revolta

Mummi! Where are you? Open the door!
Let me in! Mummi!

Bem conheço esta revolta, também eu já a senti... Também a mim um dia me fecharam as portas, até que veio alguém que teve a coragem de me abrir as janelas porque as portas continuavam fechadas..
Resultou... Por algum tempo, resultou... Até ao dia em que esse mesmo libertador fez as malas e saiu daqui, levando o meu coração no meio da sua bagagem, deixando-me de mãos-de-sonho vazias...
Durante muito tempo perdi a força e vontade de pedir que abrissem as janelas/portas, porque tinha medo que a história se voltasse a repetir. Mas um dia acordei com os olhos bem abertos e as mãos novamente cheias de sonho, só que, desta vez, os sonhos eram diferentes! Foi aí que percebi o tempo que tinha andado a perder, porque só eu é que tinha as chaves do portão e, por isso mesmo, apenas eu tinha o VERDADEIRO poder de me libertar.
Sabes que mais? As amarras que me prendiam nem sequer eram as tuas, eram minhas e só minhas; tinha sido eu, que ao longo dos tempos, me tinha acostumado a estar sentada, sempre no mesmo cadeirão negro-cor-de-luto, delegando o meu poder a terceiros, assumindo que eu não era forte o suficiente para soltar as cordas e voar mundo fora, só eu e a liberdade, só nós de mãos dadas.
Transformei-me numa borboleta: abri as asas rumo ao precipicio certo, mas em vez de cair consegui sobrevoar e ver o belo vale que lá em baixo, mesmo diante dos meus olhos, durante todo este tempo estava encoberto pelos meus medo-nuvens.
Já não tenho nada mais a dizer, mas foi bom passar por estas ruas e vielas por onde tantas vezes nos fomos encontrando por entre voos rasantes, quase, até, suicidas...
Fica bem, minha vida....

sexta-feira, novembro 25, 2005

I miss you

I´ve got you all over my body, including my soul... I could even say "I´ve got under my skin, deep in the heart of mine" and that wouldn't be untruth..
I miss you...
Ainda não me largou aquela lágrima no canto do olho que teima em não cair, porque só ela sustém uma porção de outras iguais. Ainda não a consegui largar também..
Hoje não escrevo para que tu me leias; escrevo para entender em que rua ou estrada nos largamos da mão e há quanto tempo foi isso, porque tenho a certeza que isso não aconteceu anteontem.
Importa dizer que mesmo longe perturbas o meu sono, perturbas a minha atenção, a minha concentração, perturbas a minha escrita, em poucas palavras: perturbas a minha vida.
Não posso dormir! A tua ausência causa-me arrepios e pesadelos. A falta dos teus beijos e abraços... (ainda os consigo sentir em mim) Estou perdida! Sinto-me perdida... Sem forças e sem vontade de continuar sozinha o caminho que um dia inaugurámos. Não te peço que voltes, aliás, não te peço nada.
Apenas vim dizer que me fazes falta como nunca pensei que fizesses.
Agora é que me lembro de todas as coisa bonitas que disseste e fizeste; afinal as contas não são assim tão negativas...
Talvez procures mesmo as emoções novas a que no teu blog te referes escrevendo "Sinto-me como um corpo sem alma. I had the ability to stop and be amazed with the small little details of life! Agora... nada. Tudo é fútil, repetido, batido, velho, ultrapassado, não-original, desinteressante... Mas ainda há em mim a garra! Eu sei-o! Eu sei! E é bom que se afastem quando eu explodir pois vou arrancar terra do chão e ESMAGAR quem estiver contra mim ou quem não me quiser bem! Ela está cá e basta uma pequena melodia adequada para o sentir! Basta abanarem-me um pouco e eu consigo sentir a raiva a percorrer-me as veias! "
Não te censuro, eu bem sei que não sou fácil.
Adoro-te! E vou ter de conviver com isso durante algum tempo, não sei quanto, mas espero que seja pouco, porque não quero ter de aguentar ver-me assim tão triste por muito mais.
Não volto atrás com o que disse, de facto acho que não me dás o valor que te dou a ti e que também acho que mereço, de facto acho que não me queres the same way I do, de facto acho que és muito mais os teus amigos do que a tua... do que eu, de facto acho que és um menino mimado que está habituado a ter tudo do seu agrado, de facto acho que estás tão habituado a que seja assim que te esqueces dos outros e te achas mais importante do que eles, de facto acho que estás tão habituado à tua imagem no espelho que não fazes nada por limar os pequenos (ou grandes) defeitos que tens...
Mas também sei que quando fazes por isso consegues ser muito bom, és uma pessoa com o sentido apurado para as necessidades dos que te rodeiam, sei, também, que também fui importante para ti, algures no traço de vida que marcamos neste ano, sei que és um menino fofinho e muito divertido (adoro o teu sorriso e a tua fala de bébé!...), sei que te esforças embora às vezes percas o ritmo, sei que és um bom amigo, namorado e conselheiro, sei que tens o bom senso de fazer medições e cálculos antes de te atirar de cabeça em algum projecto, sei que és um bom filho não praticante, e o irmão que eu gostava de ter em casa, sei que algumas vezes consegues assumir os teus erros (como todo o humano), sei que sabes fazer festas surpresa de sacar a lágrimazinha do canto do olho, sei que és um óptimo professor e igual aluno, sei que dás os beijos mais fofinhos do planeta e que me ensinaste a fazer amor (até chorei, lembras?) e a encarar as coisas por outros prismas, mas também sei que tudo tem um tempo de validade...
I miss you for a long time...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Infância

Saio de manhã bem cedo, ainda o sol está sonolento. Caminho num passo ligeiro e sinto o ar a furar-me as narinas, os campos ainda estão brancos de gelo e não se ouvem os pássaros cantar.
Voltou a ser Inverno, voltou o frio e as chuvas e eu voltei a fazer os mesmos trajectos anos após anos, mas a infância foi embora quase sem se deixar tocar. Devo-me ter deixado adormecer porque de pouco me lembro. Deixei-a no pátio à espera e a coitadinha, cansada de esperar foi procurar outra menina para brincar!
Mas eu quero bincar mais um cobadinho!Ainda não quero acordar muito cedo para ganhar neno, a minha mãe é uma mulher muito cansada às custas disso; eu não quero estar sempe tão cansada como ela!
Eu quero ver mais desenhos; o telejonal é muito chato!
Quero ler histórias de fadas e píncipes e heróis e pincesas, as folhas do jonal são muito escuras e só falam de coisas más; eu não quero viver numa história de terror!
Quero nanar até tarde e bincar muito e dar bejinhos de boa noite aos meus papás!
Quero constuir motas e pópós e fazer muito baulho!
Quero ser pequenina sempe!
INFÃNCIA VOLTA! ONDE ESTÁS?

Silêncio furioso

Eu gosto do Silêncio.
Gosto dele porque grita furioso. Porque canta harmonioso deixando um arco-íris branco por onde não se ouve.
Gosto do Silêncio mudo que empalidece a cada esquina. Gosto da sua bondade em dar-se a ouvir, até mesmo, a tocar..
Não é estranho! O Silêncio não é um só; são muitos barulhos que se passam a ouvir de forma diferente da usual.
Gosto dele porque me organiza a mente como a melhor das governantas. Gosto dele porque é surpresa.
Ele é choro, é canto encanto, amor pressa, paixão medo.
Ele é a harmonia que ainda não une os povos..

Right behind you

Desta vez não vou seguindo as pegadas que deixas por onde vais passando, indo longe de mim. Está bem claro que desde o início a escolha foi tua, eu só tive participação na divulgação da notícia porque fui uma ouvinte atenta e preocupada, nada mais do que isso me foi dito para ser, para fazer.
Agora que já ambos sabemos em que pé de desigualdade andamos este tempo todo, agora que os nossos passos vão divergir mais do que nunca, é com uma grande dor de estômago que te desejo BOASORTE.
...
Bem sei que a vida tem destas coisas, mas seu pudesse evitar ter de passar por isto, evitava.
Dizes que eu não vou sentir saudades. Se essas palavras me saíssem da boca seriam tão falsas como as tuas...

sexta-feira, novembro 11, 2005

De novo tu

Voltar a sentir as tuas mãos pelo meu corpo ao som das músicas que um dia tu me deste a conhecer...
Ás vezes escondo-me da dor que me penetra os ossos até as entranhas, há outras em que não suporto mais fingir e deixo-me invadir pela súbita vontade de me afogar no meu choro.
Pela tua ausência...
Ainda me pica, muitas vezes, muito, a dor da falta que um dia me chegaste a fazer. Ainda dou por mim sentada a olhar o nada, a nele pensar sabendo, no meu mais intimo, que eras tu quem eu sonhei antes de conhecer, quem eu amei com todas as forças de quem vai ter um filho pelo coração e que, mesmo assim, mesmo apesar de toda a dor do pré, eu sabia ser o único por muitos tempos após o durante.
Ainda me pergunto se esses tempos já passaram, se de facto deixei de sentir a tua ausência, ou se foi apenas mais uma mordidela anestesiante do Tempo, traiçoeiro, que nos faz esquecer por momentos, breves ou não, as dores de sempre, precisamente para as tornar menos intensas e incómodas.
Mas quando o "Senhor Vento" sopra e trás na sua cauda um pouco do que era, ainda me lembro de ti. Não sei se é saudade boa ou má, mas É DEFINITIVAMENTE SAUDADE!
Não tenho, e nunca tive, grandes certezas de nada, mas sempre que ouço estes acordes, o meu coração pulula dentro de mim e SEI que seria diferente desta última vez, só mais esta última vez!...
A música toca , pára e recomeça e eu continuo aqui, a sonhar com o passado que podia ser presente, mas nunca chegou a ser futuro, tudo porque não nos entendemos e perdemos, algures na passagem incomensurável do tempo o dom da comunicação.



quinta-feira, novembro 10, 2005

...

No fim de contas todos podemos criar...
Só nos sabemos quem somos, fomos, podemos ser...
Só eu sei ver o sol nascer, só eu sei ver o sol nascer..........................
A nascer....
No fim do dia podemos sair da concha que criamos sem sequer dar por isso...
É assim que me sinto, sento, nesta cela que construí à tua espera...
São tantas coisas... nem consigo pensar....
Bela doce dama aquela que me chama à hora da descoberta para a partida ao infinito...
Estou enjoado... acho que...
Isto são coisas que aconatecem, esporremos que não volte a...
São demasiado falsos os falsos pudores que nos tentamos impingir...
Esta cidade cheira mal! É tudo podre, cedo apodreceu, perdeu o que achamos que um dia teve...
Veste o pijama de aquilo, é muito sexy!
Todos nós procuramos um sentido para a vida, eu estou já sentada nesta pedra fria há algum tempo no caminho da vida, será que já encontrei o certo?

sábado, outubro 22, 2005

Suiça

Cada dia que passa estamos mais perto do fim. Quando chegar dia 5 de Dezembro já cá não estarás e o elevador, que já é frio, ficará ainda mais vazio.
Não sei como serão os meus dias, talvez por isso não te posso garantir que serão tristes e sós e vazios e cheios de nada. Mas sei que vou sentir saudades...
Uma parte de mim quer gritar para que todos me ouçam e saibam a dor do meu pré-desespero, outra parte insiste em não querer pensar nisso como se nunca fosse acontecer, como se isso não nos fosse alterar as vidas.
Todos os dias peço-LHE que nos traga paz e felicidade, que tudo nos corra bem e , que dê por onde der, seja tudo pelo melhor... Peço, mas a minha vontade era pedir não te extranhar, não te querer como tu pareces não querer, não partires para daqui a uns quantos mil kilómetros para longe de mim...
Já tentei contrariar todos estes sentimentos, mas acabei por desistir, porque, no fundo, eu sei que não iria ganhar essa luta.. De resto, tal como outras todas que perdi ao longo do meu trajecto.
Por outro lado, ainda, dou graças a Deus porque as coisas agora começam a compor-se. Talvez ELE tenha esperado todo este com o intuito de me recompensar na altura que mais iria precisar, justamente quando irira ficar só, sem sequer o teu reflexo ou perspectiva.
Ainda não foste, mas já sinto saudades tuas... Acho que, no fundo, esse foi sempre um dos nossos (ou meus) principais problemas. Mas isso tudo teve o seu trempo, que foi lá atrás. Agora já não vale a pena mencionar um assunto morto.
Seja como for, eu de facto espero que tudo nos corra bem, independentemente de ficarmos juntos de novo ou não...
Um beijo muito doce,
BOA VIAGEM!

sexta-feira, outubro 07, 2005

Dor

Ainda até agora não me tinha apercebido da realidade...
Até agora ainda não me tinha apercebido da realidade...
REALIDADE!
REALIDADE!
The end is upon us...
Pretty soon it will all turn into memories...
Estou a morrer...
Todos estamos a morrer, eu sei! Mas a questão é que eu sinto que tudo está a terminar, tudo me está a morrer por entre os dedos, por entre as mãos vazias...
A vida segue o seu curso, mas eu dele não faço parte...
Tudo parte, tudo quebra...
E quem quebra as regras não tem punição!!!!!!!!!!!!
Isto não pode ser assim!
Eu tenho dor!
Isto é uma despedida. Porque os quilómetros poderão não ser muitos, mas não se sabe o que muitos poderão fazer aos quilómetros...
Dói-me!
Isto é mesmo verdade...

A imagem que vês reflectida no espelho da casa antiga de paredes caiadas e ruas de deserto

Aquela que tu vês no espelho não sou eu,
não é mim.
É um fragmento,
num outro momento,
um passo distante de mim.

sábado, setembro 17, 2005

Posição fetal

Sento-me, encolhida em mim, aspirando voltar aonde saí... Recolho, num fechar de olhos, o vento que passa, inalado, nos pulmões.
Tenho estado sentada grande parte da minha vida, é por isso que sei que tenho perdido essa grande parte dela em recantos meio sujos de alguns colchões e muitos sofás. Talvez não me arrependa do que fiz e do que deixei por fazer, do que disse e deixei por dizer, do que escrevi e do que apenas pensei; Foi tudo bom, valeu a pena, por isso acho que vou continuar por aqui, em mim, encolhida, aspirando regressar ao mundo de nébulas e água de onde vim, sonhando que um dia tudo irá ter sido just a bad dream...
Com muito carinho, K.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Eu estou aqui

Temo já cá estar há tanto tempo que a minha presença deixou de se notar...
Comecei por me habituar à ideia de estar sempre presente, acho até que comecei a gostar de estar nesta posição. Mas now that I come to think about it é que me apercebo que o tempo que por cá tenho estado só serviu para me começares a ver como parte da mobilia que habita o teu espaço.
Estou para aqui meio camuflada como um camaleão, passando despercebida por entre entradas e saídas, visitas e novas conquistas... É assim que me vou perdendo de mim; por andar atrás, por ser de ti.
Ainda não ganhei asas e voei, embora saiba que talvez essa fosse a atitude mais certa a tomar, apesar de ser isso que o meu corpo, a minha alma, tudo o que conheço por ser Eu, me pede.
Eu estou aqui, talvez ainda à espera que tu me encontres, tal como eu te encontrei a ti, ou talvez não. Talvez mesmo até nem esteja cá e isto não passe apenas de uma miragem... ai, como eu quero sair desta prisão!... m
Quero-te gritar... mas já perdi todas (ou quase) as forças para qualquer coisa, principalmente para batalhar... Mas quero que saibas que eu estou aqui, que é minha a mão que te faz os mimos de que carencias, é o meu riso que houves quando há espaço para rir, é o meu choro abafado na almofada onde repouso os medos e fantasias, é o meu corpo que te chama, que te quer, que te rdeseja, é a minha alma que precisa do teu amor, do teu carinho, da tua atenção... Mas tudo isso são já quase só miragens...
Só quero que saibas que estou aqui... Mas como é que to digo, como é que te faço sentir que sinto tudo o que sinto e quero? Quando irás perceber que eu estou aqui? Quando?

quarta-feira, setembro 14, 2005

O que há em mim

Ainda hoje vou tentando compreender os mistérios da minha mente. Já com algum cansaço, é certo, mas, também, com a desconfiança habitual àqueles cujo medo de novos horizontes se apodera.
Da próxima vez, prometo que vou fazer tudo correcto, tal como é esperado, tal como todos, menos eu, acham que deve ser. Eu PROMETO!
Por agora quero continuar a ler-me e a ver-me sentada nas linhas de muita solidão que vou digitando com a calma que perdi e a pressa de quem corre para o abismo. Sim, porque é assim que sinto a minha linha da vida: a CORRER para o abismo de tudo aquilo que eu quero, mas que ainda não alcancei.
Um dia, quando isto tudo terminar e eu tiver a paciência de me renovar, hei-de sacar das entranhas e mostar tudo o que há em mim, só para alguns fecharem as matracas e cairem nas suas proprias denúncias e teias de dúvidas criadas para me desfalecer, para ME VER simplesmente a CAIR... Porque EU SEI que o que há em mim é muito MAIS do que qualquer um consegue ver; está além de todas as dúvidas e desconfianças e certezas que possam ter criado acerca de mim.
Um dia, se esse dia chegar, serei eu a rir e a chorar, a vomitar os espasmos de dor causados em mim ao longo destes anos.
AH! COMO EU ESPERO ESSE DIA!

terça-feira, junho 28, 2005

Femme fatale

Hoje saí à rua e atrevi-me a fazer o que já não fazia a algum tempo: Vesti a saia negra e o top vermelho, fui procurar o que o corpo pedia. Bem sei que não devo cair nas ruas de novo, mas a tentação é bem mais forte que a necessidade de me manter clean.
Eu sou assim, esta é a minha natureza e, simplesmente, não sei nem quero negar os pedidos que o meu corpinho me faz.
Sinto-me bem em seguir as pegadas da sombra, aninhada nos braços desta noite escura como a morte que me rodeia. Sinto o seu cheiro, sei que está cada vez mais próxima, mas não consigo parar de me entregar. Acho que deixei de lhe ter medo no exacto dia em que a vida me abandonou, só que nunca o tinha sentido até mo dizerem.
Sabes, às vezes faço o esforço de me manter afastada, mas a minha vida é nas ruas, só assim eu sei viver com o naco de vida que me resta. Com o resto de putrefacção que a rua me trouxe.
Às vezes há clientes que perguntam porque o faço. E eu respondo: "Porque gosto de dar e receber amor sem o peso da responsabilidade, é o que melhor sei fazer". E a verdade é que, até hoje ninguém me disse para mudar de profissão. Sim, eu sou uma femme fatale.

sexta-feira, junho 24, 2005

Viagem de auto-reconhecimento

Pegar numa mochila e na câmara e sair de casa por tempo indefinido à procura de aventura e de nós mesmos. Era isso que deveríamos fazer. No entretanto o mundo continuaria a girar e as gentes a viver, as coisas não vão mudar apenas pela nossa ausência.
Sei que tens medo de partir rumo ao desconhecido, com vontade de te encontrar e acabar por encontrar outro que não julgas ser o teu eu, mas todas as estradas implicam um risco. "Faz o que mais temes, deixarás de ter medo."
Aprendi muito com as minhas deambulações, e é por isso que to aconselho, a ti, que estás tão perdido.
Disseste que querias aventura e viajar para estar em harmonia comigo, eu também quero que isso aconteça, mas tu ainda não está preparado; tens que deixar de ter medo, meu querido.
Lutar pelo que se quer, acho que não estou assim tão errada..

quinta-feira, junho 23, 2005

Telemarketing

Todos os dias há pessoas que se levantam de suas camas para fazer o que não queriam que lhes fizessem a si. Neste caso estou a falar dos operadores de telemarketing.
Esta gente, com a doçura na voz e abundância de simpatia ao telefone arrasta diariamente dezenas de pessoas do sossego dos seus lares para locais onde, logo à chegada, são atacados com perguntas que violam todas as promessas feitas via telefone.
Esta violação ocorre logo que o inocente premiado atende o dito cujo. Logo aí a informação é basicamente atirada de um script com o intuito de entorpecer a agilidade mental daquele que está do outro lado da linha, seguidamente, e por via das dúvidas, não vá o diabo tecê-las, é bombardeada uma série de perguntas com o objectivo único de adquirir a maior parte dos dados no menor tempo possível, para que o "premiado" efectue a compra, perdão, o "levantamento do seu prémio" no lugar indicado.
Uma vez que se tem a sorte, ou azar (como preferirem) de ser sorteado para receber o tal prémio, que , normalmente é relativo ao bem-estar pessoal, só restam duas opções: 1- Ou não vamos recebê-lo, mesmo que se tenha dado informação importante e confidencial (ou mesmo que não se tenha dado, tanto faz). 2- Ou vamos lá então receber o prémiozinho, porque ainda se acredita no Pai Natal. A partir daí, uma vez chegados ao local combinado, o que acontece é que nós não vamos receber porra de prémio nenhum (Que chatice! Fomos burlados!), mas vamos sim efectuar uma compra (Mas então porque nos garantiram que não era necessário trazer documentos, nem dinheiro? E afinal aquela treta do "não o queremos enganar", onde é que fica?).
Pois, é assim que muita gente ganha a vida: a enganar pessoas via telefone. O que eu ainda não entendi é que, havendo tantos casos de burla divulgados, COMO É POSSÍVEL QUE OS CONTINUEM A HAVER?
Tenho dito.
A propósito, eu já fui operdora de telemarketing.

quarta-feira, junho 22, 2005

Anjo

Sinto-me preso, agredido, violado e violentado. Não sinto as asas, acho que as perdi na queda. Enquanto caía a terra tremeu e o chão abriu-se diante dos meus olhos, parecia que estava a morrer de novo. A queda ficou ainda mais funda, não me lembro de ter visto o filme da minha vida, nem tão pouco luzes brancas... Não senti a mesma dor nem o mesmo vazio no estômago, mas tudo o resto se repetia em dejà vu. Quando atingi o chão senti milhões de balas a furar-me por todos os recantos do meu corpo e a minha roupa foi ficando manchada gradualmente e, muito longe daqui, conseguia ouvir sinos e vozes como num coro. Foi assim que eu vim cá parar...

domingo, junho 19, 2005

Bloqueios mentais

Ouço a tua voz ingrata dizendo-me o que ainda não me apetece ouvir....
Sei que dentro de pouco tempo vais-me voltar a trocar e também sei que não estarei nessa tua caminhada, tal como das outras vezes em que nos abandonamos...
Vais-te embora de malas nas mãos e atrás de ti ficará, de novo, o mesmo cheiro na almofada, o mesmo vazio, o mesmo silêncio, os mesmos medos que me sussurram de noite e de dia, em qualquer lugar, a toda a hora, e eu sei. Eu sei que por muito acompanhada que esteja, eu sei que vou ficar de novo, infinitamente só... Apenas os teus sorrisos pendurados nas paredes, apenas o cheiro do teu perfume, apenas os ecos da tua voz doce, apenas as lembranças.... As lembranças e eu, perdidos nas sombras desta casa onde agora te ouço negar o amor que te tenho, onde me acusas de não te querer, onde te quero revelar que sinto o que ainda não sei expressar.
E tu afirmas que não te amo?! Como queria poder-to gritar aos ouvidos, no corpo e na mente, para que o ouvisses e sentisses como sinto! Mas não sou capaz, contigo não!... Contigo não sei dizer palavras doces e meigas, apenas as zangadas me saem da boca, dos gestos... Não sei ser quem queria ser contigo, quem sei que mereces que seja, porque o mereces como mais ninguém, e é por isso que me sinto assim: CULPADA do que, injustamente, me culpas...

sexta-feira, junho 17, 2005

Casa

"Aqui estoy, como me ves, desnuda de todos los principios que nutria. Aqui me ves, por ahora, más tarde seran otros los ojos que me mirarán. Como me puedes ver estoy en casa, planeta Tierra. Porque mi casa es ninguna, ninguna casa es la mía.
Aqui estoy de nuevo sola. Apenas yo y el silencio que se pega en las paredes de mis oídos para que no pueda escuchar la razón de las cosas. Aqui me has visto muchas otras veces así como otras muchas me verás. Estoy aquí, en tu piel metida, tapandote la respiración como un parasita que no te quiere dejar vivir.
Me hace falta mi vida... Quién me la robó? Porqué me la quitaron si era solo eso lo que queria en este momento de locura..."

Tenho paranóias a roer-me o cérebro... Estou a enlouquecer...
Por vezes quero e logo a seguir deixo de querer, deixo de querer.... Nunca sei o que quero...
Deixo-me ser roubada pela minha mente traiçoeira para evitar danos maiores, mas será que é mesmo assim? Se estou aqui e aqui me vês, meio despida da identidade que tenho, então quem sou eu?
Sei que sou, mas o quê, não sei... Não sei... Acho que estou a enlouquecer....
Estou em casa, já estou em casa, em casa, casa, casa....

Tal como disseste, já estou em merda, vim sozinha e cheguei... Estou em merda, tal como me pediste, tal como me mandaste, estou em merda...

Depois de ter estacionado o carro e ter ficado a olhar o vazio por tanto tempo que não sei quanto foi, depois de ter entrado e me ter despido, depois de me ter deitado e ter aceso a luz... "Estou em casa.(...)" escrevi. E depois disso , só então, pensei "Estou em casa... ou em merda, como preferires..." Apetece-me apunhalar-te com a frase que me disseste, porque, finalmente me apercebi que estou em merda...

quarta-feira, junho 01, 2005

Com pequenas palavras

São curtas e pequenas as palavras que, das tuas, também pequenas, mãos, nascem para se encontrarem na harmonia que tu lhes sabes dar nessas longas e pouco pausadas frases cuja flor que é o teu nome perfuma em cada nova manhã dominical.
Abres as mãos e delas saem as palavras que te quero elogiar aqui, hoje.
Desprendem-se dos fios dourados que te saem dos dedos, como se eles se prolongassem até ao infinito num sonho de nébulas e medusas dançantes num mar de saudades, amores e rendição total. São assim as tuas palavras; medusas que dançam nos sonhos que das mãos te leio. Permanecem no ar como névoa enquanto as leio e lhes desenho significados; são palavras-nuvens que pairam no ar enquanto a tua caneta lhes molda a forma.
E é assim que me sinto de cada vez que tas leio na ânsia de lhes devorar o sentido; como se, também eu, pertencesse aos sonhos que me vais contando.
É assim que quero continuar; Sem palavras, a ouvir essa tuas mãos falantes.

sexta-feira, maio 27, 2005

First things first

Numa pequena lista de prioridades vejo o item namorada.Toda a gente as tem, umas são mais razoáveis que outras, mas nunca são listas iguais às outras.Vendo-me, então, fazer parte de uma lista que me relega para um lugar muito menos que secundário, consigo entender a razão de muitas lágrimas por mim choradas. É que, na realidade, tu consegues numerar as tuas emoções, mas eu não.Por ter gasto tão mal tanto tempo em sessões de choro infindáveis, por te dedicar tanto do que é meu, do que sou eu, dói-me essa tua lista e o lugar que, na prática, me vais dando.Porque não diferencias o que te dou do que te tomo e me julgas caçadora furtiva do tempo que é teu e feres com palavras e distâncias inventadas à pressão, sei que não sou tão tua como quanto me dou, simplesmente porque não me aceitas.Sei que tens medo, mas também sei que esse teu medo avassalador destrói aos poucos aquilo que tivemos e ainda vamos tendo em réstias de nada.. E o nada, meu amor, é o maior prejuízo de uma paixão que tantos golos marcou e tantas noites nos manteve longe das nossas camas, de corpos tão colados que pareciam um só, com lágrimas de FELICIDADE a enfeitar o acto de fazer amor.Pergunto-me o que mudou sem ter resposta. Talvez um dia as nossas listas de prioridades mudem e tu saibas o que é ser um dos últimos itens, porque também tenho outras prioridades na minha lista e como o Chico disse "First things first".

Mmmm...

Ainda sinto no corpo o calor alternativo
Na alma como uma faca afiada...
Aquele som tão característico... Mmmm!...
O de uma espera prolongada.
Embala, embala,
Rebola quente e arde.
Dispara a bala,
Jamais será tarde!
Brinca perdido do tempo e atenções,
Prende-se no calor, bem lá no fundo...
Apertar e sentir-te dono do meu mundo(!...)
No silêncio do escuro das emoções!
Penetra o silêncio tão bem!...
Com a calma de quem nada teme
E a pressa de quem já tudo fez;
Como se soubesse a que horas o Futuro vem.
Faz-se a seu tempo dono e senhor,
Ergue a sua vontade,
Arde de fogo faminto...
(Sabe bem no corpo este calor!...)
Assim quente, ainda sinto o corpo arder,
Como se te demorasses e eu apreciasse,
Com todo o sabor, a harmonia do enlace,
Pedindo de novo em mim o teu amanhecer...

25 de Dezembro de 2005

Actos Ilícitos

Parece que tenho o corpo a ser devorado por milhões de formigas, que , ao mesmo tempo que me deglutem aos pedaços, cocégam-me o restante que ainda vai sobrando.
Ès como um câncer que se alojou no meu corpo, e eu sinto-me cada vez mais doente..
Ès um jaula na qual só é permitida a tua entrada e saída, e apenas a minha presença. Não sei há quanto tempo deixei de desejar tanto a tua companhia, porque até a pouco só queria constantemente a tua presença que me deliciava com tantas surpresas. Mas ninguém é um conto de fadas... e por isso, quando abro a porta de casa para ir ao teu encontro, já não sei bem se quero nesse "jà" a tua companhia, a tua voz sobre a minha, as tuas pequenas mãos a fazer o que outras antes de ti fizeram, os teus lábios nos meus, a tua pele quente e morena na brancura alva do corpo que é meu...
Lembro-me de te dizer que eras "um ponto!", e também me lembro de assim o sentir, mas não me lembro porque raio e em que altura deixei de te dedicar as palavras doces das quais tens tantas saudades...
Tens razão, mas não ta dou! Recuso-me a catapultar-me para o lugar de mendigo e pecador, por isso não assumo, perante as tuas lágrimas, que tens razão e que, secretamente, ta dou. Mas apesar disso tudo o que dizes ser (quase) verdade, acho que o que fiz de errado já passou e já seria altura de o deixar lá atrás, onde aconteceu, porque já não interessa, não nos faz bem..
Suponho que, se o acto ilícito tivesse partido de ti, eu não to lembraria todos os dias só para evitar que te sentisses mal, porque a palavra é a arma mais poderosa, é a que mais machuca, e este meu pobre coração, que tanto te quer, está dorido pelas palavras que usas em tua defesa contra mim...
Porque o que sinto por ti, Kanukita, é Amor, sim.

quarta-feira, maio 25, 2005

À Falta de Saldo

Queria ter saldo no telemóvel só para te ligar e dizer que me voltaste a desiludir…
Só digo que fazes merda porque não sei confessar que dou valor ao que de bom fazes. Talvez por te querer tanto tento sempre aperfeiçoar-te as falhas sem olhar à beleza do teu ser. PERDOA-ME!
Queria ter saldo no telemóvel só para te ligar e dizer que me voltaste a desiludir ou para dizer que me fazes falta porque te amo.
Queria ter saldo no telemóvel só para te ligar e ouvir a tua voz do outro lado da linha dizendo-me que também tu sentes saudades, ligar-te para poder dar-te a ouvir um beijo de boa-noite e dizermos “amo-te” até o saldo terminar.
Queria ter saldo no telemóvel, mas como não tenho só me resta escrever e mandar-te desde cá, de longe de onde quer que estejas, um beijo de boa-noite invisível, inaudível, intocável para que o sintas da forma que quiseres, se puderes…
Boa noite, meu amor.