Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

quinta-feira, junho 18, 2009

Metade – Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Hoje apetece-me um beijo teu

Às vezes, só mesmo às vezes, o corpo pede por dor, pela dor física de te ter. É como se a tua ausência me doesse fisicamente, entendes? Desde que deixaste a casa nada mais voltou a ser como era; por mim já passaram muitas casas, vários empregos, várias pessoas. Ainda não consegui encontrar em nenhuma mulher ou nenhum outro homem aquilo que sentia contigo… Por mim o mundo podia acabar que já pouca importância tem. O que eu queria mesmo era estar contigo, poder sair de mão dada a rua só para beber um café como fazíamos quando estávamos juntos. E depois voltar pra casa e ficar a ver um DVD pirata sobre qualquer coisa enquanto queimávamos um maço atrás do outro e conversávamos sobre a banalidade das coisas como se fosse um tema do outro mundo, o descobrimento da ciência itself… Como era bom… Tenho saudades tuas, pah. Tenho saudades de estar bem, de me sentir bem. Tenho saudades de gostar de ti e tu de mim. Hoje apetecia-me um beijo da tua boca, daqueles que me faziam levitar, com o coração aos pulos, que me davam ar e acalmavam a minha alma, daqueles beijos que me sabiam tão bem e me faziam ter medo de te amar tanto. Hoje tenho muitas saudades do teu olhar compreensivo que me dizia "Amo-te bebé" e ao qual eu respondia "Eu também" com um sorriso de orelha a orelha. Hoje apetecia-me abraçar-te quando chegasses do trabalho. Hoje apetecia-me um daqueles chocolates quentes do Jd ao teu lado, mesmo que os teus amigos estivessem lá ao pé a mandar bocas infelizes. Hoje mesmo que chovesse eu sairia a rua pra passear a beira-mar de câmara em punho como fizemos na Figueira. Hoje só queria ser bela aos teus olhos. Hoje apetecia-me imenso estar contigo pro resto das nossas vidas….

domingo, junho 14, 2009

dx

La tua luce ha aperto il mio cuore
illuminandolo di gioia.
Nuove parole vorrei inventare,
parole che vorrei trovare
quando l'orgoglio mi fa tacere,
quando la notte mi fa pensare.
Un dolce bacio,
una tremante carezza
che vorrei cercare,
che vorrei scoprire,
quando tutto viene a mancare
quando tutto non può finire,
e tutto quello che non sono riuscita a dire
vorrei lo sentisse sussurrare
direttamente il tuo cuore
nell'irreale silenzio di un bacio

terça-feira, junho 02, 2009

If you ask me? I would say so

Acredito que a solidão leve alguém a definhar. Chega e instala-se no coração das gentes enquanto as suas raízes crescem e se aprofundam na alma humana. Acredito que se pode morrer de solidão, que ninguém está livre de um dia ser por ela abraçado e lentamente consumido pela sua companhia envenenada. Ela chega, às vezes sem aviso e quando nos damos conta ela já se instalou, criou raízes e pôs o seu veneno para actuar. De repente começas anotar que o barulho lá de fora é muito maior do que era antes, que o silencio hoje se torna mais pesado e mais pesado fica à medida que os dias passam, que a casa onde moras é terrivelmente maior do que imaginavas, que a escuridão da noite é muito mais pavorosa, que a comida começa a sobrar. E lentamente vais deixando de usar todos os compartimentos da casa, começas a atrasar o regresso a casa, começas a ligar o rádio e a TV assim que chegas, começas a comer cada vez menos e a dormir cada vez mais, até que chegas ao ponto onde nunca desligas a TV, começas a acumular os pratos, os talheres e copos sujos no chão do teu quarto até já não haver mais espaço por onde caminhar, já não sais da cama e muito menos pões o pé na rua e por isso deixas o gás acabar, a comida acabar e consequentemente deixas de tomar banho e escovar os dentes, deixas de te pentear e deixas de comer. O telemóvel toca e a caixa postal se enche de emails. Desligas a TV, tapas-te como os cobertores e fechas os olhos. E és só tu. E a solidão. Ela ganhou. Deixaste de existir. O corpo de bombeiros deita a porta abaixo, o cheiro a ovos podres invade as suas narinas e inanimado, sem vida, frio e desfigurado é encontrado aquele que um dia foi o teu corpo. É assim que age a solidão; devagar mas com segurança. Se me perguntares a mim? Sim eu acredito piamente que a solidão pode matar.