Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, junho 02, 2009

If you ask me? I would say so

Acredito que a solidão leve alguém a definhar. Chega e instala-se no coração das gentes enquanto as suas raízes crescem e se aprofundam na alma humana. Acredito que se pode morrer de solidão, que ninguém está livre de um dia ser por ela abraçado e lentamente consumido pela sua companhia envenenada. Ela chega, às vezes sem aviso e quando nos damos conta ela já se instalou, criou raízes e pôs o seu veneno para actuar. De repente começas anotar que o barulho lá de fora é muito maior do que era antes, que o silencio hoje se torna mais pesado e mais pesado fica à medida que os dias passam, que a casa onde moras é terrivelmente maior do que imaginavas, que a escuridão da noite é muito mais pavorosa, que a comida começa a sobrar. E lentamente vais deixando de usar todos os compartimentos da casa, começas a atrasar o regresso a casa, começas a ligar o rádio e a TV assim que chegas, começas a comer cada vez menos e a dormir cada vez mais, até que chegas ao ponto onde nunca desligas a TV, começas a acumular os pratos, os talheres e copos sujos no chão do teu quarto até já não haver mais espaço por onde caminhar, já não sais da cama e muito menos pões o pé na rua e por isso deixas o gás acabar, a comida acabar e consequentemente deixas de tomar banho e escovar os dentes, deixas de te pentear e deixas de comer. O telemóvel toca e a caixa postal se enche de emails. Desligas a TV, tapas-te como os cobertores e fechas os olhos. E és só tu. E a solidão. Ela ganhou. Deixaste de existir. O corpo de bombeiros deita a porta abaixo, o cheiro a ovos podres invade as suas narinas e inanimado, sem vida, frio e desfigurado é encontrado aquele que um dia foi o teu corpo. É assim que age a solidão; devagar mas com segurança. Se me perguntares a mim? Sim eu acredito piamente que a solidão pode matar.

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