macaquinha

Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, janeiro 22, 2019

Uma breve reflexão dominical:


"Aqui não há regras; faz-se o que se pode, o melhor que se sabe.
Aos trancos e barrancos vai-se levando a coisa. O saldo nem sempre é positivo, o sol nem sempre brilha, o coração muitas vezes aperta, os pés doem de vez em quando e as pernas falham. Engolem-se os choros para mais tarde os deitar fora numa casa-de-banho qualquer. De preferência, uma bem barulhenta ou uma que não tenha mais ninguém. Porque um choroso nunca consola outro choroso, apenas se dizem mutuamente, em silêncio: "engole o teu choro".

Aqui não há excepções; todos estamos, de alguma forma, irremediavelmente machucados, amputados, feridos, magoados, desarranjados, estragados.
Para tentar suprir, uns doam-se a mais, outros aceitam, outros fecham-se para o mundo.
Treinam-se sorrisos, expressões. Usa-se um batom bem carregado. Ou uma gravata nova que é o equivalente. Os óculos de sol não podem faltar, não vá alguém olhar bem dentro e perscrutar as entranhas da nossa alma, desvendar os segredos do nosso espírito.

(Muitos de nós) andamos perdidos, muito ocupados em correrias inúteis, com ar de quem tem a cena controlada. Não temos nada. De vez em quando a coisa até corre bem, mas dura pouco. Não temos nada controlado e nem sabemos para onde vamos, o que faremos quando lá chegarmos, muitos de nós nem sabemos o que sentimos por dentro. Será vazio? Será dor? Será angústia? Vai ver é só fome. E atascamos de um tudo lá pra dentro na tentativa de concertar o que desconcertado está. E levamos a vida em piloto automático até sexta...."

segunda-feira, março 14, 2016

Limões e limonada

No fundo, tu nunca sabes o que fazer com as surpresas que a Vida te dá. Mas vais equilibrando na corda até conseguir à outra margem. Lá em baixo, as gentes curiosas, de cabeça bem erguida para te ver, algumas avançar, outras cair. A Vida é mesmo assim. Aliás, não a Vida, nós, humanos, somos assim: um misto de branco e negro numa invulgar paleta de cinzentos. E rosas e azuis e verdes e vermelhos.... Tu sabes por onde vou. E é neste perigoso mas delicioso balançar vertiginoso da corda debaixo dos nossos pés, do vazio debaixo dela, do vento que nos puxa, ora para aqui, ora para ali, que vamos levando a Vida. Sentir a Vida na sua inteira fragilidade é compreender o seu significado. Ou pelo menos, eu acho que é isto. Não há verdades absolutas, isso eu sei porque a Vida mo ensinou. Mas nesta minha realidade, a Vida se divide em dois sabores; o limão azedo e gelado saído do frigorífico num dia de Inverno e a doce e refrescante limonada que as crianças vendem, aos domingos, no Verão. A magia reside, tal como no exercício de equilíbrio na corda, em tornar limões em limonada. Como diz o ditado: "Se a vida te dá limões..." Exacto! Faz limonada. E partilha-a, com quem mais gostas. Porque no fundo, tudo perde um bocado a piada se não for partilhado. E é isso que eu decido fazer, a maior parte dos meus dias; doce limonada com amigos e família.

Janelas

Sou fã incondicional de janelas. Elas são a abertura da nossa casa para o mundo. É através delas que, de dia, entra o sol e o vento e, de noite, entra o luar e a brisa. Sons e luz e sonhos. Se é verdade que os olhos são as janelas da alma, mais verdade ainda é que as janelas são os olhos da alma. É através delas que podemos observar o mundo lá fora e sonhar com um monte de coisas que ainda não descobrimos, mas que podemos, ao longe, observar. De noite, quando as luzes se acendem fico a olhar para as janelas, vendo vultos de pessoas, objectos e até animais domésticos. E sonho de olhos abertos... Fico a imaginar como serão aquelas vidas, aquelas vozes, aquelas pessoas; os seus ritos e rituais, os seus sonhos e ambições... Como serão aquelas vidas que observo, ao longe através das janelas? E gosto de pensar que são vidas boas, risonhas e divertidas, como a minha. Gosto de imaginar que somos todos felizes e vivemos das nossas escolhas certas, que deram certo e nos trouxeram até um lugar, cheio de janelas, de luz e de mais sonhos ainda..... By K.V.

terça-feira, junho 30, 2015

Aleluia

A paciência, um dia, termina, ou melhor, vai terminando no lento correr dos dias. Uma coisa ali, outra acolá, quando te dás conta, já não és tu, mas todos os aqueles momentos em que te reprimiste que se expressam. Mandas plantar batatas, falas alto/gritas, fazes uma trapaça. Esvazias dias/semanas/meses/anos de sentimentos e falas reprimidas num só acto, sem prévio ensaio. Um dia, tudo termina. E o pior é que o desfecho já se adivinhava, já te tinham avisado, mas tu, teimosamente, decidiste que sabias o que fazias, que era aquilo a tua paixão, a tua missão. E no meio dessa teimosia acabas por te perder de ti, deixas de te reconhecer, deixas de agir como tu, deixas de falar como tu. É aí que o perigo maior avança sobre ti como uma nuvem negra; começas a reprimir os sentimentos, a tentar acreditar que tudo vai melhorar, quando sabes que não é bem assim, mas tentas acreditar porque se perdes esse fio de luz que te dá esperança, então acaba tudo por perder significado e força e coisas sem força não aquecem a alma, não nos fazem saltar da cama de manhã com um sorriso, não nos aconchegam nos momentos menos fáceis. E então esticas a corda, mesmo sabendo que um dia ela vai, irremediavelmente, quebrar. E sempre que puxas mais um milímetro pensas "Hoje não, por favor, hoje não! Que não quebre hoje! Hoje não", quase como uma prece, um mantra para adiar o inadiável. Ninguém quer uma situação incómoda que paira sobre as nossas cabeças como se de um monstrengo horrível pronto a nos devorar se tratasse. É por isso que fingimos acreditar em dias melhores. E é por isso que lavamos a cara depois do choro, endireitamos as juntas dos ossos depois da luta, vestimos o nosso melhor traje e saímos à rua assobiando "hoje é o primeiro dia do resto da tua vida......". Mas um dia, inevitavelmente, quase como quem pisa merda de cão na calçada, a vida atinge-te com uma extra-dose de realidade em exclusivo, só para ti, um miminho acabadinho de sair do forno do sadismo da Vida, um chapo capaz de fazer o gigante Gulliver rodopiar nos dois pés e tu, ainda em choque (ou nem tanto, pois no fundo, já tinhas visto onde ia terminar essa viela), fechas a boca, recolhes o queixo, recompões o traje e ages sobre o momento e sobre o impulso desse momento. Vociferas, carregas na arma e disparas argumentos (alguns sensatos, outros nem tanto) em todas as direcções, arremessas com as culpas para quem te der na telha, porque no fundo sabes que 50% dessa culpa também é tua e odeias-te por isso, mas atira-la na mesma porque "50% dessa culpa é tua e fazes com ela aquilo que te apetecer". Um dia, decides perder a cabeça (sim, "decides". Todos os momentos se baseiam em deliberações e decisões, algumas imediatas outras nem tanto, mas tudo se resume a decisões, porque no fundo escolher algo é decidir-se por essa via, esse caminho.). E gritas. E abanas os braços. Agitas a cabeça em fúria. Franzes o sobrolho. Perdes a compostura. Sentes todos os músculos a puxar em todas as direcções, os joelhos não dobram, as mãos não abrem, a garganta expande a voz e, num momento, quase previamente deliberado, dizes tudo o que guardaste, o que já tinhas ensaiado e o que saiu em rascunho, o que tinhas pensado em nunca revelar e até o que nunca quiseste usar para ganhar de qualquer forma um segundo dessa momentânea explosão. E é o céu na terra!.... Naquela pequena fracção de tempo se revela o Aleluia, a glória divina em todo o seu esplendor. Já não fica nada dentro que importe salientar. Sai o peso de dentro num vômito de raiva e o que fica nesse espaço é o nada. O alivio. Claro, depois vem, quase sempre o arrependimento. O pensar que se poderia ter dito de forma diferente, menos fria, menos cruel. Mas no fundo sabes que esta foi a melhor maneira e, mesmo que a oportunidade se replicasse num Universo paralelo, não farias nem dirias de forma diferente. Um dia, a paciência, já cansada de se ir esgotando proporciona-te um belo momento de explosão....

sábado, agosto 10, 2013

Auto-retrato

Hey! Já estamos em 2013! De repente já passaram assim 10 anos. Já não estou sentada num sofá preto a olhar para a parede. O sofá agora é branco e olho em vez disso para o écran do computador.
 No fundo, parece que nada mudou, mas, na realidade, mudou muita coisa. A minha forma de ver o mundo mudou, a minha forma de encarar os problemas mudou, as pessoas que me cercam já não são as mesmas (infelizmente, nalguns casos, poucos). Mas continuo a ser a menina risonha que era, talvez um pouco menos risonha, é verdade... Vicissitudes da vida!... Mais madura nalgumas coisas, menos noutras.
O meu corpo "sofreu" mudanças, a minha mente também. Algumas das ideias fixas que tinha ainda hoje se mantêm; são elas que fazem um pouco do que sou e funcionam como a cola que mantém o meu passado (as lições dele) em conexão com o meu presente. Com aquilo que hoje sou. Dando alguma consistência a actos e palavras.
Toda eu sou única, para melhor e para pior.
Tem de mim tudo quem me dá honestidade, lealdade e sinceridade. Sou ciumenta (com tudo e todos) e detesto mentiras, muito mais que burrice ou ignorância. Pessoas educadas têm a minha eterna simpatia. Quando amo é para valer, é daquelas coisas que não sei fazer a meio-termo. Acredito em segundas, terceiras, quartas e quintas chances. Não desisto facilmente das coisas nem das pessoas, mas quando viro as costas a algo ou alguém é definitivo. Embora me custe muito tomar decisões definitivas, quando fecho uma porta faço-o com estardalhaço para ter certeza que permanece fechada.
Sou orgulhosa, naquilo que faço e naquilo que dou de mim, porque sei que dou apenas o melhor. E se não for para dar o melhor não dou nada. Não faço fretes. Mas posso e sei fazer concessões. Tenho uma óptima memória, mesmo a dormir. O que pode ser muito bom, mas geralmente não é. Não sou fácil. Tenho muitas nuances e particularidades, mas amo quem sou, em todo o meu esplendor e expoente de loucura.
Algumas pessoas sentem receio da minha forte personalidade, outras sentem-se ameaçadas, outras encantam-se. Adoro isso. Sei que não passo despercebida e sei que fico gravada na memória de todos os que permito tocar-me a alma. Amo a vida, amo viver, amo amar, amo viajar, amo os meus amigos e família, amo a minha solidão interior, a minha eterna nostalgia, o meu sentido de orientação, o meu pragmatismo e diplomacia. Amo estudar o comportamento humano e basicamente tudo o que me rodeia. Sou uma eterna apaixonada por tudo e por nada. Mas, lamento dizer, pouco dotada de romantismo, é verdade... Cumpro as minhas promessas, especialmente aquelas que me faço a mim mesma. Por isso faço poucas, cada vez menos. Porque aprendi que a Vida é uma roda viva e o que julgávamos ser hoje, amanhã já não o é.
Isto tudo pra dizer: Já passaram 10 anos!.....

sábado, julho 13, 2013

Diferentes ângulos, a mesma coisa, uma única visão

Entende que, por muito que eu quisesse poder dizer o contrário, a tua visão e a minha são muito diferentes. E a tua, diga-se em boa verdade, está errada. Sim, eu sei que isto dito assim soa prepotente e arrogante. Mas já sabes que eu sou prepotente e arrogante, de que te queixas?
Eu não podia continuar a assistir ao pior filme do ano, comendo aquelas incómodas pipocas que se instalam nos buracos entre os dentes, insistindo em empurrar esses pedacinhos pela goela abaixo com aquela porcaria a que chamam de refrigerante e deveriam chamar de "adocicante", sentindo o nó na garganta apertar ainda mais e o pigarrear causado pelos tais pedacinhos aumentando em franca exponencialidade. Não foi para isso que eu paguei um bilhete tão caro!
Eu tive de me levantar, atirar os óculos 3D ao chão e senti-los a estilhaçar debaixo dos meus pés para poder dizer que este filme não presta, cheira mal, está em desuso, está todo errado!
Irra! Porra! Que até me dá raiva só de recordar!.... Mas isso tudo tu já sabias. E eu não posso, nem vou compactuar com o pacto de burrice que fizeste.
Se me permites, a vida é tua, mas eu, que assisti muitas vezes ao abrir e fechar da cortina e participei nos preparativos antes da festa e ajudei a arrumar o salão depois da despedida de todos, numa luta conjunta de vencer o sono e o cansaço, também tenho uma palavra a dizer. É que não é todos os dias que se vê uma grande obra desmoronar ao som dos tambores, fogo de artifício e sorrisos arreganhados. Uma obra com esta grandiosidade não pode cair e se cai a gente, em conjunto, reergue-a num sentido e doloso esforço que é como quem faz um parto, não apenas assiste ao seu desmoronar ao ritmo de uma rumba!! Mas onde é que já se viu...?
Não. Eu não ficaria de bem com a minha consciência se permanecesse quieta. Tanto que tive de virar a mesa, atirar a toalha ao chão, partir os copos e pratos, fazer o berreiro monumental a que assististe para, numa última e desesperada tentativa, fazer-te acordar. Só não contava que já estivesses de olhos bem abertos e em caminho ao precipício deliberadamente. E assim sendo só me restava bater a porta na minha saída sabendo que te magoaria, que te abandonaria, mas quem tem razão sou eu. E tu vais reconhecer isso.
Pior de tudo é que vais reconhecer e eu adorava que um dia viesses e me esfregasses na cara o quão errada eu estava.....

Another year has come

Mais um ano que passa. Já nem sei se me lembro de ti ou se é apenas esquecer de me esquecer.
Espera! Preciso de vinho para isto. Preciso de vinho para ouvir a tua voz e lembrar-me que és tu.
Quem eras? Just a person. Mais uma pessoa no meio de multidão.
Preciso vinho! Verifico nos armários que vinho não há! Será na base da cerveja, então!
Ah, mas o vinho!.... Aquele doce pesar na língua que só ele me oferece!... Ops... Lá estou eu a divagar.
Onde é que eu ia? Ah, pois a tua voz! Estranho, já não me lembro do timbre da tua voz nos meus ouvidos. Esqueci-me de te ligar e dizer isso mesmo: já não sei bem quem eras, ou quem foste. Mas, no meio de tudo, fizeste-me aprender como não amar. Uma lição aprendida e apreendida que guardo só para mim e que nunca uso. Mas obrigada, do fundo do coração obrigada por tantas lições que me deste a conhecer. Optei por ignora-las todas e olha bem onde isso me levou! Já construí tantos muros que estou em crer que todos juntos davam três voltas ao infinito and beyond. Todos eles caíram precisamente porque decidi não aplicar nenhuma dessas lições.
Mais um ano passou e mais uma vez, esqueci-me de quem foste. Acho que se me lembrasse e tivesse a ideia de escrever um livro sobre ti teria ganho fortunas multimilionárias; as pessoas adoram ler sobre estas coisas: amores perdidos de tão impossíveis, noites de solidão, cicatrizes emocionais, drama e mais drama. Mas, enquanto o tempo foi passando eu acabei por esquecer-me. E não me fiz milionária! Mas vivo bem com a minha consciência, vivo melhor ainda ao olhar para atrás e saber que não foste ninguém quando eu pensei que eras quase tudo.
Obrigada.

I am a flower (bilingue)

No meio do cheiro a verde, dos ramos que estalam, dos raios de sol que aquecem.... Eu sou uma flor.
Posso não ser uma flor vistosa, posso não ser uma flor radiante, o meu perfume não é de todo muito agradável. Mas eu? Sou uma flor!
E como uma flor sou sensível... Preciso de água, de terra, de vento... Preciso de luz e escuridão.

I am a flower. Not the most exotic one, or the rarest.
I don't have thorns, or bees around me. I cannot give you honey, neither the promise of ultimate miraculous elixir.
I am just a little flower. I'm no good for decoration of any kind.
In fact, my mere existence, is just a coincidence, an error of Nature, a mutation.
You see, I was born to be an animal. A dangerous one. But then, Destiny screw that up and here I am, turn into a beautiful flower, ready to be picked up and poison you to death as your fingers touch my silky smooth petals.....

Limites

Todos os corações têm um limite. E é na diferença no que acontece depois desse limite que se faz a diferença entre as pessoas: alguns corações, depois do limite, explodem – e atiram para fora tudo o que estava por dentro a magoar; outros corações, depois do limite, implodem – e atiram para dentro tudo o que estava por fora a magoar. Seja como for: todos os corações acabam em cacos. "In Sexus Veritas", de Pedro Chagas Freitas

O coração dela

O coração dela era como um hotel. Havia sempre gente a entrar e a sair. Ele foi apenas mais um dos que prometeu prolongar a estadia, mas saiu sem avisar. Partiu de madrugada e nem a chave do quarto devolveu. Depois dele o hotel fechou para remodelação e tardou vários anos até voltar a receber hóspedes.

sábado, junho 29, 2013

Tanto a dizer, ninguém para ouvir

Silêncio e mudez do outro lado da linha. Nem uma luz, nem um vislumbre de voz, eco ou algo que se lhe pareça. As palavras encharcadas no nada. Enterradas em si mesmas, como se delas nascesse a terra e elas fossem nada mais do que isso mesmo; meras palavras.
Palavras ao vento. Ou pior que isso. Apenas palavras. Sem vento. Sem eco. Sem resposta. 
Tanto para dizer! E parece que sou uma bolha prestes a rebentar. Uma bolha de palavras e frases e mais um monte de coisas que parecem ser erradas na presente Era. 
Ninguém as ouve no entanto. E são tantas. E gritam tão alto!....
Talvez fosse melhor prestar atenção ao que deixo por dizer. Ou deixarei, no entretanto.

quinta-feira, março 14, 2013

Mentes brilhantes

"O meu problema é mesmo esse: ter fome de tudo e de nada, ao mesmo tempo. Ter uma mente brilhante e consciência disso cansa!.... Os outros, aqueles que são pouco criativos, encontram consolo na rotina, eu não!"

 - Disse ela, em voz alta, numa conversa privada de ela com ela mesma. (o egocentrismo is underrated - she replied to herself)

Fã de janelas

Sou fã incondicional de janelas.
Elas são a abertura da nossa casa para o mundo. É através delas que, de dia, entra o sol e o vento e, de noite, entra o luar e a brisa. Sons e luz e sonhos.
Se é verdade que os olhos são as janelas da alma, mais verdade ainda é que as janelas são os olhos da alma. É através delas que podemos observar o mundo lá fora e sonhar com um monte de coisas que ainda não descobrimos, mas que podemos, ao longe, observar.
De noite, quando as luzes se acendem, fico a olhar para as janelas que vejo por onde passo, ou mesmo do lado de dentro da minha janela, vendo vultos de pessoas, objectos e até animais domésticos. E sonho de olhos abertos... Fico a imaginar como serão aquelas vidas, aquelas vozes, aquelas pessoas; os seus ritos e rituais, os seus sonhos e ambições... Como serão aquelas vidas que observo, ao longe através das janelas? E gosto de pensar que são vidas boas, risonhas e divertidas, como a minha. Gosto de imaginar que somos todos felizes e vivemos das nossas escolhas certas, que deram certo e nos trouxeram até um lugar, cheio de janelas, de luz e de mais sonhos ainda.....