E de repente dei por mim sendo arrastada na corrente do teu olhar.. não quis fazer nada mais por muito tempo, tudo o que eu apenas queria era estar por perto, olhar nos teus olhos de vez em quando ou até mesmo desviar o meu olhar com a vergonha que me avassalava a mente e toldava o pensamento e tornava torpes os meus actos... "Tudo o que eu queria"... Acho até, que um dia cheguei mesmo a dizer-to, mas se assim foi acho que agora já não quero recordar.
Tenho-me sentido num estado de total embebecimento, adormecida pra vida até... E a causa disto és tu... ou eras! Já não sei bem. Sei que me senti, assim, de repente, a ser hipnotisada pelos teus olhos castanhos na mistura alucinante do meu cuba livre, da música e do tabaco... Era uma explosão de cada vez que saía escondida e fugia um pouco do mundo para ir de encontro a ti... só para poder passar meias horas de almoço contigo...
"De repente era assim do nada com um ser iluminado", vinha-me a frase à mente...
Mas sem saber entrei num vício do qual, sem ter vontade real disso, queria sair... Estou no meio, não me quero intrometer, mas já o fiz... O que faço eu agora?
Quero-te para mim, mas não to peço...
"Tens lumes?"... Eu disse....
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
sexta-feira, dezembro 30, 2005
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Ricardo
Por entre os sons distorcidos da realidade, ainda ouço a tua voz ao meu ouvido... Parece que foi ontem que tudo aconteceu, ainda estás com a mesma irresponsabilidade colada ao corpo, ainda tocas guitarra da mesma forma e ainda acredito que essa balada que tanto geme e grita tenha sido a mim dedicada no teu silêncio de solidão.
Ambos sabemos como tudo aconteceu, mas desconhecemos as razões para que tudo tivesse existido da forma como foi...
Sei bem o que sinto, não te confundas... Já deixamos de ser quem éramos para passar a ser quase dois desconhecidos, um dum lado da casa, a um canto sentado e, o outro, no outro extremo abraçando a sua esposa-guitarra...
Parece que foi ontem que tudo começou... mas já hoje não nos pertencemos mutuamente como "tinha sido escrito".
Por isso ignora todas as cartas que escrevi com a clara intensão de não tas entregar, esquece todas as palavras que não te murmurei com medo que fugisses, larga da mão todos os toques que não te fiz, de todas as vezes que não chegamos a fazer amor...
É bom ver-te assim e relembrar a beleza que tudo perdeu no dia em que começamos a correr tão rápido que as nossas mãos se largaram de vez...
Fazendo um balanço posso dizer que foi bom, eu gostei.
Ambos sabemos como tudo aconteceu, mas desconhecemos as razões para que tudo tivesse existido da forma como foi...
Sei bem o que sinto, não te confundas... Já deixamos de ser quem éramos para passar a ser quase dois desconhecidos, um dum lado da casa, a um canto sentado e, o outro, no outro extremo abraçando a sua esposa-guitarra...
Parece que foi ontem que tudo começou... mas já hoje não nos pertencemos mutuamente como "tinha sido escrito".
Por isso ignora todas as cartas que escrevi com a clara intensão de não tas entregar, esquece todas as palavras que não te murmurei com medo que fugisses, larga da mão todos os toques que não te fiz, de todas as vezes que não chegamos a fazer amor...
É bom ver-te assim e relembrar a beleza que tudo perdeu no dia em que começamos a correr tão rápido que as nossas mãos se largaram de vez...
Fazendo um balanço posso dizer que foi bom, eu gostei.
Revolta
Mummi! Where are you? Open the door!
Let me in! Mummi!
Bem conheço esta revolta, também eu já a senti... Também a mim um dia me fecharam as portas, até que veio alguém que teve a coragem de me abrir as janelas porque as portas continuavam fechadas..
Resultou... Por algum tempo, resultou... Até ao dia em que esse mesmo libertador fez as malas e saiu daqui, levando o meu coração no meio da sua bagagem, deixando-me de mãos-de-sonho vazias...
Durante muito tempo perdi a força e vontade de pedir que abrissem as janelas/portas, porque tinha medo que a história se voltasse a repetir. Mas um dia acordei com os olhos bem abertos e as mãos novamente cheias de sonho, só que, desta vez, os sonhos eram diferentes! Foi aí que percebi o tempo que tinha andado a perder, porque só eu é que tinha as chaves do portão e, por isso mesmo, apenas eu tinha o VERDADEIRO poder de me libertar.
Sabes que mais? As amarras que me prendiam nem sequer eram as tuas, eram minhas e só minhas; tinha sido eu, que ao longo dos tempos, me tinha acostumado a estar sentada, sempre no mesmo cadeirão negro-cor-de-luto, delegando o meu poder a terceiros, assumindo que eu não era forte o suficiente para soltar as cordas e voar mundo fora, só eu e a liberdade, só nós de mãos dadas.
Transformei-me numa borboleta: abri as asas rumo ao precipicio certo, mas em vez de cair consegui sobrevoar e ver o belo vale que lá em baixo, mesmo diante dos meus olhos, durante todo este tempo estava encoberto pelos meus medo-nuvens.
Já não tenho nada mais a dizer, mas foi bom passar por estas ruas e vielas por onde tantas vezes nos fomos encontrando por entre voos rasantes, quase, até, suicidas...
Fica bem, minha vida....
Let me in! Mummi!
Bem conheço esta revolta, também eu já a senti... Também a mim um dia me fecharam as portas, até que veio alguém que teve a coragem de me abrir as janelas porque as portas continuavam fechadas..
Resultou... Por algum tempo, resultou... Até ao dia em que esse mesmo libertador fez as malas e saiu daqui, levando o meu coração no meio da sua bagagem, deixando-me de mãos-de-sonho vazias...
Durante muito tempo perdi a força e vontade de pedir que abrissem as janelas/portas, porque tinha medo que a história se voltasse a repetir. Mas um dia acordei com os olhos bem abertos e as mãos novamente cheias de sonho, só que, desta vez, os sonhos eram diferentes! Foi aí que percebi o tempo que tinha andado a perder, porque só eu é que tinha as chaves do portão e, por isso mesmo, apenas eu tinha o VERDADEIRO poder de me libertar.
Sabes que mais? As amarras que me prendiam nem sequer eram as tuas, eram minhas e só minhas; tinha sido eu, que ao longo dos tempos, me tinha acostumado a estar sentada, sempre no mesmo cadeirão negro-cor-de-luto, delegando o meu poder a terceiros, assumindo que eu não era forte o suficiente para soltar as cordas e voar mundo fora, só eu e a liberdade, só nós de mãos dadas.
Transformei-me numa borboleta: abri as asas rumo ao precipicio certo, mas em vez de cair consegui sobrevoar e ver o belo vale que lá em baixo, mesmo diante dos meus olhos, durante todo este tempo estava encoberto pelos meus medo-nuvens.
Já não tenho nada mais a dizer, mas foi bom passar por estas ruas e vielas por onde tantas vezes nos fomos encontrando por entre voos rasantes, quase, até, suicidas...
Fica bem, minha vida....
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