O quarto é grande. Dantes parecia maior sem ti por perto. Agora é apenas um quarto grande. Começo a habituar-me à tua ausência e ao silêncio que ela me traz. Estás aí, do outro lado do móvel, eu sei... Talvez por isso mesmo não tenho tantas saudades como talvez fosse o normal. O teu cheiro não paira no ar, a tua voz é meramente uma forte lembrança que ecoa no meu cérebro e tu és as teclas que toco repetidamente, a caixa de mensagens escritas que me faz rir, chorar ou stressar. Mas não estás cá. Não é a mesma coisa. Dantes queixava-me que a tua presença não me permitia a comunicação via sms e que, por isso mesmo, o facto de cá estares fazia-me sentir mais só do que era habitual em mim. Se calhar estava errada. Eu sentia-me mais acompanhada do que era habitual e essa falta de hábito criava estranheza em mim. Agora estou só... Saltaste da nossa banda desenhada e foste para o mundo real à distância de 3 horas num "jetfly". Levaste na tua pequeníssima mala o meu IMENSO Amor e Saudade e deixaste-me à deriva com lágrimas escondidas por detrás da cortina que tapa os olhos e um áspero nó na garganta. Foste voar!
Voa, meu amor!
Tenho saudades tuas todos os dias, mesmo naqueles em que não penso em ti... Sei que estás bem e encontraste, nessa terra onde ninguém entende ninguém mas onde todos se dão perfeitamente bem, a tua casa, o teu poiso... Acho que sempre terei esta perna manca; nunca te disse com todas as palavras o bem que a tua companhia me fazia, sempre tratei de te agredir com o meu amor e concern, mas ACREDITA (!) amei-te desde o primeiro contacto com muita mais honestidade e verdade do que algum dia saberás. I still do... Com muito menos dor e revolta do que antes, mas sempre com a mesma vontade to see you shine. Tantas vezes me queixei de ti... Que PARVA que eu fui! Foi este o meu jeito de crescer com e para o mundo que me rodeia... E no entanto, tu, que talvez tivesses mais motivos de revolta e para mostrar dor do que eu, aprendeste a dar carinho, enquanto do outro lado do mundo eu aprendia a dar patadas... É estranho como as coisas fazem todas parte de uma mesma recta e, no entanto, quase nunca parecem encaixar... Há muito que queria e devia ter-te escrito e esta ode, mas o exacto momento oportuno foi apenas agora. Foi-me necessário, eu diria indispensável, reencontrar-te para que tudo aquilo que sempre senti e te quis dizer pudesse fluir à margem do teclado... Agora... Sim, agora está tudo bem... É estranho o que para uns é doença para outros é cura ...
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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