Bem sei que não sabes, mas gostaria ter a coragem de voltar atrás e aproveitar mais. Aproveitar mais da tua mão no meu cabelo, das tuas costas nas minhas, da tua imagem nas minhas pupilas, da tua voz na minha noite, do teu sorriso no meu dia-a-dia.
Bem sei que não sabes, mas se soubesses entenderias as minhas palavras, estas que te escrevo em silêncio esperando que não as pudesses ler ou ouvir. Estas são as palavras que te dedico, as palavras que dedico àquele sentimento que um dia quase nos uniu.
Às vezes fecho os olhos e nos vejo dançando, tu de olhos fixos em mim, com a palhinha por entre os dentes, eu de cigarro na mão. Eu deitada na cama com a lua despida e brilhante sobre nós e tu do outro lado com vontade de me abraçar. Era eu a desejar esticar-me e abrir asas por esse mundo fora enquanto tu permanecias agarrada à estabilidade do teu lar. Tudo o que eu queria poderia estar ali, mas tinha medo de confiar e deixar-me cair. Talvez devesse ter-me deixado levar um pouco mais pelas emoções.
Nós na praia, dentro do carro e o povo a olhar para nós. Era eu a desejar beijar-te e tu a fugir do meu beijo com vergonha dos olhares furtivos e acusadores. Era eu a querer mais, a desejar ter tudo contigo naquele momento, não mais logo, mas naquele agora e sempre a adiar o momento, a atirar as culpas ao vento e ao trabalho. Eras tu a querer-me e eu a fugir de querer-te. A verdade é que também eu acreditava que podia ser bom, mas o meu medo era maior.
Acho que sempre estivemos desencontradas; quando te quis tu já começavas a não me querer. Quando julguei que me entregavas o teu coração tu ainda o tinhas preso por outros amores. Quando estava pronta para entregar-te o meu tu corrias para bem longe de mim. Quando as minhas palavras foram de carinho as tuas foram de evasão. Quando procurei pelo teu carinho apercebi-me que já era tarde demais e que tu mo negavas.
Agora já não há beijos doces e tímidos, nem palavras meigas, nem mãos dadas no meio da rua, nem corpos nus ao luar, nem banhos de água fria ao entardecer, tudo o que resta é apenas um grande e imenso vazio que não se vai embora, que julgo que nunca se há-de ir. Mas se eu pudesse voltava atrás e aceitava o teu amor, dando-te o meu em troca…
Um comentário:
Há muito que não ando por estas bandas... tenho-me ausentado da escrita por me fazer pensar demais nas coisas...
Em segredo saberia que terias algo mais para mim que ainda não tivesse visto antes e o meu pressentimento confirmou-me com estas tuas palavras aqui expostas há já algum tempo proferidas...
Sim talvez tivesse sido diferente se tivesses apostado mais em mim e sim talvez tivesse sido diferente se tivesse sabido esperar por ti...
Já sem esperança vaguiei por outros rumos e um outro se cruzou com o meu... rumo profiro hoje que não devia ter-se cruzado com o meu. Rumo que apagou parte da luz que emanavas em mim e depois apagou a outra metade que permanecia em mim. Ainda sofro.
Hoje não consigo acreditar no amor... O teu robou o meu primeiro e um outro me roubou o teu... pergunto-me se alguma vez soube o que é amar, pergunto-me se podemos experimentar tantos amores assim...
Hoje permaneço sozinha à procura de encontrar um outro amor para me roubar o ultimo e todos os outros...
Quero com todas as minhs forças que sejas feliz macaquinha :)
Obrigado pelo texto. Hoje posso não sentir o que sentia ontem... mas a emoção daqueles tempos, essa não me irá abandonar nunca :P
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