Do fundo de um poço eu falo.
Do fundo do poço eu peço.
No fundo deste poço eu vivo num fosso com este colosso tédio que se ergue perante mim como se fosse um prédio.
Neste poço não há água nem aranhas mas há medos.
Neste poço não há chão, mas um tecto que me impede de sair.
Neste poço estou só, mas ouço vozes constantemente.
Neste poço não há janelas, mas sente-se bem a corrente de ar.
Neste poço não há portas, mas daqui já saiu muita gente.
Este poço não é morgue, mas cheira a podridão.
Este poço não existe, mas todos nele entram pelo menos uma vez na vida.
Deste poço se sente e ouve o medo a falar como gente; parece o bicho papão "Mamá tenho medo!"
No fundo do poço eu estou com as unhas sujas de tanto coçar a lucidez dos amargos dias que se foram no limiar da minha paciencia que já há muito, mesmo antes de saber, a perdi..
Neste poço estou sentada no sujo da humanidade. Daqui de onde estou não vejo ninguém e ninguém me vê a mim. Daqui ninguém me salva, ninguém me pode salvar. Daqui alguém me ouve, mas alguém também me tenta calar.. Tenho medo... está escuro e a senhora Aranha-feia veio pra me visitar...
"Mamá onde estás?"
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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