Sinceramente deixa que eu te diga que não é agora depois destes anos todos que te dou o direito de entrar aqui e ler o que tenho escrito. Nada te dá o direito de entrar aqui e ler os meus pensamentos e ainda por cima deixar um comentário.
Depois de tudo o que passou depois deste tempo todo ainda ouço as mesmas músicas, que me fazem lembrar de nós e sentir saudade e, por minutos, dói como se ainda fosse hoje que me dissesses que já não dá mais, e as lágrimas caem e o coração murcha como uma flor à qual se esqueceram de pôr água mas continuo a poder viver sem ti, da mesma maneira que vivia antes de ti.
Desde que nos separamos cada um seguiu um caminho diferente e eu ainda sigo tentando encarrilar, esquecer o passado e deixar as dores, sarar as feridas, apagar os medos e matar os fantasmas que um dia a tua partida em mim deixou. Quando te foste embora pensei que o meu mundo iria colapsar, que o céu ficaria encoberto e choveria até o fim dos tempos, mas isso não aconteceu e eu aprendi a superar a dor de não te ter por perto e aprendi a ser mais eu sem ninguém.
No caminho que fiz até aqui, até ao patamar de desenvolvimento psicoemocional onde agora me encontro foram passando pessoas que me fizeram ver que tu não foste, nem es tão essencial como eu pensei, mas que antes foste uma doença rara que embalava os meus sonhos e me consumia as energias.
A nossa história foi linda enquanto nós o permitimos, diverti-me muito contigo e chorei muito por ti, aprendi de ti e contigo, mas depois dela mais historias foram escritas, umas bonitas desde o principio ao fim, outras trágicas, outras cómicas, outras dolorosas, outras insípidas, outras cheias de paixão, outras cheias de cumplicidade, historias e mais historias. Historias que fazem parte de minha historia e que por isso decidi não ignorar e falar-te, aqui, neste post que hoje escrevo e te dedico, para que saibas que depois de ti há vida, há amor, há paixão. Para que saibas que no "pós Tu" eu ainda me levanto da cama despenteada, ainda sorrio com o mesmo brilho nos olhos, canto e danço mesmo que toda a gente ainda continue a olhar para mim, choro no ombro mais próximo, me apaixono, me entrego, fujo de mim para mergulhar no próximo, me canso desta merda toda, rio-me às gargalhadas, dou free hugs a quem quer que os precise, sonho com novos dias e amo.
Daqui, desde onde escrevo este post posso dizer-te que se olhar pela janela do quarto vejo o rio e se olhar pela janela da sala vejo a rua e, mais à frente, vejo a estação de comboios. Posso dizer-te que desde que te foste embora tenho querido evitar ter de dividir a minha atenção entre o trabalho e uma relação amorosa e por isso não me envolvi seriamente com mais ninguém, mas posso dizer-te que, fazendo uma pequena análise à minha vida, me sinto contente com aquilo que tenho, que decidi não comprar casa até que chegue à reforma, que adoro o meu trabalho pelo qual viajo constantemente, que nenhum dos novos amigos que fiz entretanto, aqui e mundo fora, faz ideia de onde fica a cidade que viu o nosso amor nascer, crescer e morrer envelhecido, desgastado e flechado por mentiras, e também não fazem sequer uma pequena ideia de que tu um dia exististe na minha vida, nem que por ti, naquele tempo, faria o que quer que fosse. E sabes que mais? Até sinto inveja deles porque se eu pudesse apagar tudo o que tu representas eu apagaria, nem que para isso tivesse que deixar de ser quem hoje sou.
E agora para terminar apenas quero dizer-te que foi uma pena não termos ficado tão bons amigos como juramos que iriamos ficar e que aquele café que combinamos pelo msn não tenha sido possível.
Foste deveras especial, muito especial e ficarás marcado na minha vida mesmo que eu tente ignorar a tua existência e onde quer que eu vá levarei um pouco de ti comigo para que me possa recordar de tudo de bom e de mau que pode passar numa relação como uma espécie de cábula para não voltar a errar.
Todas as pessoas que passaram pela minha vida são especiais e todas elas têm bocadinhos de mim que mais ninguém há-de ter e eu sei que tu de mim, tal como eu de ti, também levas pedacitos que marcam tudo o que nós vivemos e te dizem o quanto te amei. Não posso dizer que te amei mais do que a outro qualquer, mas quando te amei, amei só a ti. Depois tive que me esforçar por esquecer tudo o que dizia respeito a ti. Consegui esquecer a tua voz, por isso sei que estava no bom caminho, mas quando desliguei apercebi-me que a tua chamada não me deixou indiferente e por isso não fui capaz de te dizer tudo o que queria dizer, alias fui totalmente incapaz de proferir uma só palavra. Ainda estou no caminho, sei que nunca te hei-de esquecer totalmente, para isso teria de deletar quem sou e acho que isso não é possível, mas se fosse, só para evitar sentir o que às vezes sinto, tomaria essa decisão. Ainda vou a caminho, de onde não sei, mas sei que quando lá chegar terei ultrapassado esta merda toda e terei alguém do meu lado que me faça sorrir sem medo....
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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