Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, maio 19, 2009

Dor

Incomoda esta presença soturna que me cerca quando me dou conta que no final do dia não vou dormir com o teu braço servindo de encosto ao meu pescoço. Dói na pele, cada centímetro de pele que foi tua, que tocaste com as pontas dos dedos, cada recanto de mim que saboreaste com a língua, cada milímetro da minha existência material que tocaste com cada milímetro da tua... Incomoda, dói, pica por todo o meu interior sem saber de onde vem esta estranha sensação. Toda eu sou dor; doem-me os olhos de tanto chorar, os lábios de tanto os morder, a garganta que parece que tem um nó cego, doem-me os braços de me abraçar na busca de algum alívio, dói-me o corpo que te dei: mãos e pés, pernas e dedos, ancas e seios, doem-me as pontas dos dedos, doem-me as costas de me curvar em posição fetal para aliviar esta dor que sinto dentro, no peito, no coração, na alma.

Incomoda este vazio no estômago que não me deixa dormir, que me arranha a mente quando tento racionalizar tudo o que se pode ter passado na minha ausência, nas minhas costas, sem que eu me desse conta de nada, provavelmente mesmo debaixo do meu nariz...

Nem fazes ideia do quão difícil se torna; abraço a almofada enquanto me encolho toda quase imaginado que a almofada és tu e é como se a realidade se personificasse num corpo de mulher e essa mulher com ar grave e sério se sentasse na cadeira mesmo em frente à minha cama para me chamar à razão e é justamente nesse momento que me lembro que já não estas aqui e eu não vou poder encostar a minha cabeça no teu ombro, fechar os olhos e dormir nua encostada a ti pele contra pele, suor teu na minhas costas...

Tenho o cheiro dos teus pés nos meus ténis, tenho o cheiro do teu suor entranhado na pele, o sabor do teu sexo nas minhas papilas gustativas ainda perdura e tenho a ausência de ti, a dor dessa ausência que veio do nada, sem motivo ou causa justa. Tenho as tuas palavras ainda gravadas na memória do meu telemóvel, o som da tua voz às vezes ecoa na minha mente e em sonhos tenho-te a ti ao meu lado, mas só em sonhos; sonhos que me fazem vibrar, estremecer, suar, para logo despertar com a sensação de ter levado um murro no estômago, mesmo em cheio tipo "bonzai".

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