Em dias de chuva e vento, quando o mar se revolta contra os ventos que o agitam, saio de casa e vou até a praia caminhar à beira mar, num acto de purificação, para poder esclarecer a mente e por as ideias bem arrumadas no seu devido lugar. Olhar o mar se debater na areia lava-me a alma e eleva-me muito além de onde o mal tem mão visível e se faz sentir… Espantoso o poder que ele tem, não achas? Parece absurdo, mas este pequeno exercício faz-me aceitar os dois lados da Vida; o lado negro e o lado luminoso e deixar que a Vida e Morte se cruzem numa dança de sucessões sem muito ou com nada a explicar… Eu sou assim; não tenho pé fixo, gosto de estar sempre em movimento, viajar sem rumo e sem raízes, deixar a Vida prosseguir o seu percurso levando os meus passos aonde só Ela quer…. Eu sou assim; errante por natureza e enquanto chova e faça sol, enquanto eu possa ter o mar por perto para poder limpar a mente, purificar o coração e libertar o meu espírito onde o mal não me possa tocar, enquanto eu possa sentir o vento na minha pele, fazendo redemoinhos no meu cabelo, enquanto eu posso ouvir as árvores sussurrar convidando-me a juntar-me a elas na sua jornada de sofrimento e sabedoria, enquanto eu possa continuar a acordar com o sol a entrar pela minha janela, os passarinhos a dizer-me que é um novo dia e que tu ainda cá estás eu não vou deixar de ser eu. Enquanto te tenha por perto para preencher os meus dias de felicidade, qualquer lugar do mundo para mim é casa.
Macaquinha penduricada de um só braço na corda e com uma banana na outra mão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário