Cai sem certezas em mim de algum lugar qualquer directamente no teu colo.
Sem para-quedas julguei que me ia estrelar contra o chão e perder os sentidos, perder a vida que me deram num sopro aquando de minha expulsão do paraíso...
Caía no vazio sem poder sequer gritar, como se tivesse uma mordaça... Enquanto à minha mente vinham memorias de uma vida que não era minha, como se voltasse a nascer num novo corpo...
À medida que caia sentia espasmos de dor por todo o corpo e leves marcas nele apareciam como se tivesse levado uma surra de chicote...
Recordo sentir um leve cheiro de baunilha quando atravessei as nuvens e depois o chão... Cinzento, sombrio e assustador tomava uma dimensão cada vez mais próxima de mim que em nada me agradava...
Pensei que seria a ultima coisa que veria ate que no teu colo acordei.
Cai, assim, um pouco sem jeito, atrapalhando-te a companhia que tão bem te assentava e deixei-me ficar por minutos ao ver a reacção carinhosa do teu doce olhar... Na verdade desejei que não estivesses tão cerradamente acompanhado para, no teu colo aninhada, poder permanecer ate o corpo me deixar de doer, mas não foi isso que aconteceu....
Muito a contragosto levantei o traseiro, sacudi as asas num intento meio tosco de arranjar as penas e decidi afastarme devagar, pedi desculpas pelo sucedido, fiz um sorriso meio amarelo de quem tem ganas de tudo menos de sorrir e pedir desculpas e, como se do céu nada pudesse algum dia cair, prossegui o meu caminho olhando pra trás a cada dois passos so para ver o teu sorriso tímido e olhar brincalhão pelo qual cairia do céu se fosse preciso outra vez apenas para poder voltar a cruzar o teu caminho....
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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