Aconteceu e, por entre as palavras que não se diziam e os suspiros que a minha boca ia soltando me perguntaste se não era um sonho. Não, um sonho não era, um sonho não foi mas um sonho tem de ser.
Os meus lábios e os teus nunca se encontraram na melodia dos pingos de chuva que humedeciam a quase transparente blusa que timidamente cobria o meu peito. As minhas mãos nunca chegaram a tocar as tuas e a guiar-lhes o caminho até ao meu entre perna. Os meus olhos não deslizaram a atenção pelo teu corpo. O meu corpo não te desejou e eu não te guiei até mim. Nunca como naquele momento de verdadeiro desejo os nossos instintos estiveram mais certos, mas nunca como nesse momento verdadeiro nada foi real. Foi um sonho. Nunca a minha voz embalou as palavras de desejo que ouviste. Nada disto terá acontecido quando a noite volte a descer o seu manto escuro sobre as nossas cabeças. Eu nunca te terei desejado com tanta violência carnal. Nunca te terei sentido dentro de mim mergulhado, a tua pele na minha pele, com a violência de quem não tem jeito a entrar em mim, rasgando o caminho. Nunca o meu corpo foi consumido pelo teu fogo como uma folha de papel arde depois de lida. Nunca as nossas bocas o dirão. Nunca nos nossos pensamentos voltará a acontecer; a memória o apagará e sonho um dia terá sido. Nunca.... Mas como nunca é muito tempo e o Tempo pode nos falhar deixo este breve recado que sopro ao vento para que te chegue ao fundo da alma e tenhas noção de que, apesar de nunca ter acontecido, eu gostei...
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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