Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

segunda-feira, novembro 05, 2007

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Entramos. Fizemos vida com as maos e amor com as palavras.
Encheste-me de medo e liberdade e vontade de amar e fragilidade...
Fomos um na memoria das noites e dei-te o meu dormir atado ao meu despertar.
Abrimos gavetas e desarrumamos a casa cansados e com sede.
Fomos abrigo e alimento.
Fomos o alento e as sorrisas, o ombro eterno que seca as lagrimas, a baba e o ranho, fomos o olhar que apazigua, o gesto que cura, o abraco quente em noites e dias de vida fria, tao puta como esta...
Foste o sol na minha noite, eu a tua danca de rodopio.
Foste o mar que me quase tragou e eu os vendavais que te agitavam.
Foste as minhas direitas quando ambos pes calcavam sapatilhas esquerdas e eu fui aquela que te via no espelho quando, num ritual cerimoniosamente demorado, te deixavas quedar preparando-te para sair.
Foste as cordas do piano, da guitarra e da harpa, o compasso desacertado, mas correcto, e a voz (ai, a voz, aquela que gritava, falava, sussurrava e gemia de dentro de ti atravez de mim para desaguar ca fora) da minha musica sem som nem tom e eu o teu publico, a tua legiao de fans, a matilha de criticos que te fazem melhorar, progredir.
...
Fomos agua e sede...
Fomos a teia e a presa.
Fomos bandidos e adictos. Fomos cumplices e juizes. Fomos condenado e condena.
Fomos o tempo parado num mundo sem sentido.
Fomos o coma e a amnesia.
Fomos o mais e o menos.
Fomos por caminhos similares, mas direccoes distintas. Fomos afastando-nos. Fomos desconhecendo-nos, irreconhecendo-nos. Fomos o inicio do que foi o fim.
Fomos.
Apenas nos fomos sem mais voltar....

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