Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

quarta-feira, novembro 14, 2007

Martes, 13 de Noviembre... Resolução de uma vida em 24 h

Abrem-se as portas do ambulatório de urgências e fecham-se-me os horizontes...
À medida que o ar vai resistindo a entrar-me nos pulmões os pensamentos brotam com maior facilidade....
Já ouço a marcha funeral by Chopin ganhar mais volume que os batimentos do coração que tão despegada e sinceramente te abri.... Confiei-te a minha vida inteira em apenas um par de horas de umas quantas noites de conversa...
Fui tua como de homem nenhum fui. Fui tua como de mulher alguma terei sido ou serei...
Dei-te muito mais que tinha pra dar, dei-te o meu metamaisquefisico e deixei de existir... Dei-te o que hoje és e fiquei sem mim, sem mundo, sem pele, sem ossos, nem feridas,
sem marcha, sem tom, nem som, sem fúnebre, sem marcha fúnebre, dei-te o meu ar e a minha asma, dei-te pedaços do meu corpo, por dentro do meu corpo, que nunca jamais alguém pensou existir, viste de mim tudo: o que todos veem, o que alguns veem, o que apenas eu sabia que existia dentro de mim, mesmo sem nunca ter visto e o que nem imaginava ter por dentro que nunca jamais alguém, àparte de ti, viu ou verá...
Comecei a sentir que tinha dado demais.... Mas já não conseguia parar... Travei um pouco, mas parar não... E em pouco mais de 12 horas veja a resolução daquilo tudo que te dei e não devia ter dado....
Criei a minha própria morte nas tuas mãos... A minha morte metafisica, metamaisquefisica, irreversivelmente muitomaisquefisica...

Põem-me a máscara de oxigénio e duas agulhas até aos ossos e o meu corpo volta à vida, mas a minha alma continua submergida na lama da minha perda de mim para ti...
Que fiz eu de mim? Amei-te demasiado e hoje deixas-me plantada no pátio das traseiras da tua vida esperando que a Morte que tu me deste a beber me sufoque por meio da asma e me leve para que possas finalmente ter o protagonismo que tanto queres....
Que fiz eu de mim?? Foste sendo a morte da minha vida, ganhando espaço por entrelinhas nas folhas brancas e vazias do meu book of life que eu te dava pra viveres as tuas poesofantasias e tomaste-me o livro itself...
És o meu inferno do céu que contigo partilhei... És o veneno de mim que não tem antidoto... És o apocalipse dos pratos e copos de cristal da nossa meiabandalaria... És o parto do morto... Foste a minha morte quando eu te dei vida...
O que fiz eu de mim, minha mancha fúnebre?? O que fiz eu de mim?

Nenhum comentário: