Tudo esta no seu sitio, limpo e organizado.
Terminei o meu trabalho aqui. Guardei as ferramentas e limpei o sotao.
Baixei a minha guarda, outro soldado vira para me render.
Fiz e dice tudo o que achei que debia.
Encendi e fumei todos os cigarros da semana.
Esgotei os meus pensamentos em lembrancas de conversas, olhares e sensacoes. E guardei as boas con gosto de mais na boca, no corpo, na alma e na cabeca, todas metodicamente arrumadinhas. Vivi os medos de uma so vez e reservei-os como licoes para um futuro proximo.
Formulei todas as questoes que nunca tiveram resposta e respostas jamais perguntadas.
Juntei numa lista todos os pros e os contras.
Cansei as narinas e os pulmoes em suspiros de ansia, de nervos, de gozo...
Agotei o coracao em batimentos irregulares.
Ouvi todas as musicas e cantei todos os refroes.
Parei e fiz as malas.
Terminei de olhar pela janela para ver si vinha alguem impedirme de partir. Nao veio.
Terminei de vestirme e arranjarme.
Parei para perderme nos diversos tempos.
Terminei de fazer as malas e sorri de alivio, de aceitacao.
E agora que ja me despedi mentalmente de todos, de mim e dele, nao quero mais ir. Tenho o coracao encolhido de incerteza. Apetece-me largar das malas e voltar a perder-me nas boas coisas que senti, nas boas coisas que imaginei, que idealizei. apetece-me desatar a correr para uns bracos quentes onde sinta o meu coracao reviver. Mas as minhas maos nao obedecem e as malas apertadas nelas permanecem. A voz falha e o no preso na garganta doi. Os musculos tremen e o coracao estranhamente desperto parece que vai colapsar. Os olhos estancan, vitreos nada mais veem que a porta como se tivese umas palas de lado que me impedem de ver mais de dois palmos a frente. Eu nao me sinto em mim, nao me sinto minha, nao me sinto bem. E as pernas obedecendo a um impulso vindo de onde nao sei comecam a levarme daqui, em direccao a porta. E caminhando vou, devagar e a lugar nenhum, apenas longe o suficiente para que me possa perder de mim ate que volte a encontrar quem realmente sou. Caminho sem hesitar, atras de mim apenas deixo as portas trancadas.
Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah
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