Bolas! Queria não me recordar de ti, mas és sempre o meu fantasma recorrente. Talvez por tudo o que se passou, com toda a intensidade com que foi vivido, com e por todas as mazelas que me deixou....
Há músicas que nunca consegui voltar a ouvir sem sentir aquela picadinha no coração. Há músicas que só eu sei que não posso ouvir, músicas que inda me doem ao ouvido.... Penso sempre que já passou, mas o passado e o presente se confundem de vez em quando e de repente.... Desaba o meu muro de berlindes!... Cai-me tudo ao chão e é como se não tivesse passado tempo nenhum desde que tudo começou.... Às vezes dá-me a sensação que mandaste espiões para te assegurares que nunca mais voltaria a sentir e dar o mesmo.... É verdade.
Depois de tudo fiquei irremediavelmente desarranjada, desconstruída.... És o meu tendão de Aquiles, a minha ferida que nunca consegui curar, o meu passado mais remoto sempre presente, o meu fantasma de estimação....
Estás guardado a sete chaves, num lugar bem escondido e quentinho do meu coração e da minha mente e só te solto quando preciso, tenho-te bem monitorizado para evitar que voltes a fazer estragos. Mas fazes sempre, sempre que te deixo sair da caverna da minha imaginação. Ainda me faz doer a cabeça quando oiço alguns primeiros acordes, ainda sustenho a respiração ao primeiro minuto.... Mas tu teimas sempre em sair..... E de cada vez que sais, sai contigo um vale de lágrimas, um poço de dor e nostalgia que nunca mais consegui secar....
Queria afogar a memória de ti, poder livrar-me de uma vez do fantasma que paira na minha vida e tu esqueceste-te de levar contigo, mas não consigo, acho que já me afeiçoei a esse fantasminha....
É estranho e insensato tentar guardar-te ou matar-te dentro de mim, mas mesmo assim é o que tenho tentado fazer. Sem êxito nenhum, devo dizer....
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