Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, setembro 18, 2012

Um texto sem fonte de inspiração

Inspiro fundo, acendo o cigarro e ponho a música no repeat. Já é a terceira vez consecutiva que tocam os mundos mudos. Procuro alguma inspiração que me falha e tudo o que consigo fazer é revisitar lugares estranhos onde não quero estar. Sinto que os meus dedos finos, de unhas grandes e vermelhas me escapam por entre as teclas e algo começa a surgir na tela em branco.
Serás tu, quem me serve de inspiração nesta fria noite de Verão? O Outono já se aproxima, os dias estão cada vez mais pequenos e com eles a noite traz um nevoeiro que cheira a mar e saudade.
Serás tu, então.... Deste-me pretexto para escrever histórias infindáveis, cheias de mistério, dor e prazer... No fundo, mesmo lá no fundo, só te posso estar agradecida por teres sido tão bom professor. Mas.... Deixemos as coisas por aí.
Quantas vezes acordei com a mesma música, com a mesma sensação de vazio com a qual me deitei noites a fio.... Perdi-lhes a conta, lembro-me do chão frio, do colchão estendido sob um lençol frio, as paredes brancas e o fumo que saía de mim.... Noites de fumo branco....
Quantas vezes quis mudar tudo de repente, fazer uma cirurgia ao coração e deixar apenas a caixa torácica vazia, ou no máximo com um relógio bomba.... Arrancar da cabeça aquilo que permanecia no coração... Esquecer os momentos de magia, as tuas mãos quentes sobre a minha pele fria, a história que fazíamos a cada noite, os uivos de prazer, o teu corpo encaixado no meu, os teus olhos dentro dos meus.... E depois de tudo fazer sentido um dia deixou de fazer sentido....
Já não quero recordar as noites e os dias longos, sem fim, cheios de nada, olhando para a linha do horizonte, sem ver onde pisava, distraída, pronta a cair no primeiro precipício... Incauta e automatizada. Nada fazia sentido... Não quero olhar para o passado e ver a semelhança dele com o presente. Quero ser cega a este pardacento andar!
Hoje, só hoje não vou mais recordar. Não vou mais escrever! Não vou sentir de novo tudo....
Os mundos continuam mudos, a tocar de fundo.... Só isso.

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