Com uma gargalhada bem sonora e atitude semipositiva e que se dane quem pense mal... Como eu costumo dizer: Eu sou mais eu sem ninguém!! Hei-de ser sempre esta, a mesma de sempre e pendurada na corda bamba da vida sempre fazendo macacadas e figuras tristes.... hahahah

terça-feira, novembro 20, 2012

323 azulejos

Nessas noites em que o teu sorriso largo abria a porta do meu fetichismo, pra meu privado deleite em frente a uma multidão, tudo era possível, tudo era permitido.
 O som da gargalhada enchia-te os olhos e as luzes nunca esmoreciam no meio da escuridão.
 Corria uma milha contigo em mim, corria duas, corria três, sem parar, contigo dentro de mim.
 Vermelho vivo das tuas mãos nas minhas nádegas, beijos até ser sangue. A carne a ferver, a arder, a rasgar.
 Nessas noites em que nada era magia, tudo era real, palpável. Os 323 azulejos respingavam suor no eco do teu gemido.
Não importava nada mais, o centro do mundo éramos só nós, naquele instante, naquele brevidão de horas vazadas pelas tuas mãos a puxar-me o cabelo...
Naquele quarto a dança era outra, era fuga, era a vida a ver-nos, de longe, a fugir...

quinta-feira, novembro 15, 2012

Hoje

Só por hoje não quero estar na minha pele, sentir os meus sonhos e frustrações. Quero fechar os olhos ao mundo lá fora e ser outra pessoa qualquer, com outros medos e ambições. Só por hoje quero arrancar a pele que me cobre e ser apenas um amontoado de sangue e ossos. Não sentir os picos, nem os altos nem os baixos. Quero não sentir nada. Rasgar o meu ventre e sair de mim, fazer o reset à mente e começar de novo. Mais limpa e pura, mais compenetrada.... Só por hoje não quero estas linhas, nem esta vida, nem estes sorrisos. Quero riscos e coriscos, arasbescos sem fim. Ser a outra, a mulher que vive aprisionada dentro de mim.

O dia

O dia aproxima-se. E o medo da sombra do passado voltar para encobrir os dias ensolarados entranha-se na pele... Os olhos fechados e ainda assim o medo permanece lá. Enrijece-me os músculos, cerra-me os maxilares, franze-me as sobrancelhas. Suor frio. Palpitação. Hiperventilar. Inacção total. Gritos mudos. Correr sem parar! Esconder! Ferir! Sangrar para me saber viva!

domingo, novembro 11, 2012

Avulso

Não queiras saber de mim; hoje não sou boa companhia.
Cala-te! Não tropeces nas palavras!
Irra!  Já não sei fazer rimas, entendes?!
Não sei falar de amor, não entendo essa mania!
Deixa-se ser assim estranha, avulsa. Apenas reles!

segunda-feira, novembro 05, 2012

"Those you mind don't matter, those who matter don't mind."

Nunca fui uma pessoa de gostar de fazer fretes. Raramente os fiz, cada dia menos. Acho que cheguei a um "estatuto" em que posso dizer sinceramente o que penso, mesmo correndo o risco de não agradar a todos. O meu objectivo não passa por aí. Os Bons entendem, compreendem e aceitam. Os outros que se lixem. "Those you mind don't matter, those who matter don't mind."

segunda-feira, outubro 15, 2012

O Amor, tal como o conhecemos

O amor, tal como o conhecemos através das 1001 historias românticas é duro de se viver. Às vezes, por muito que amemos é preciso saber renunciar a esse amor, voltar-lhe as costas e concentrarmo-nos em nós mesmos. Nunca é fácil e muitas vezes sabe demasiado mal... Os nossos corações choram e a nossa decisão é irredutível e dura, no entanto estaremos sempre uma pela outra. E um dia, tenho certeza, tudo se há-de compor.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Milénios

De facto, eu devo mesmo ter problemas sérios em aceitar as coisas como elas são, foram e ainda hão-de ser....
De facto, o nosso é mesmo um amor único que nos une além fronteira cada dia mais.
E, de facto, eu preciso muito de ti aqui! Porra!
O silêncio pedido e conquistado torna-se duro a partilhar se não for contigo.
Tantas vozes, tantas músicas, tantas danças, tantos amanheceres e entardeceres e tantos filmes e palavras repetidas ao "expoente de loucura"... Mas és só tu quem, de facto, preciso.
Prendo os gritos na garganta e saem mudos, mas insanos. Abano a cabeça e ainda estás na minha mente. Acordo, durmo e respiro sossegadamente, inebriada pelas horas, pelo brilho dos momentos alucinantes, pelo fumo e pelo álcool.. Mas só tu és quem chamo.
O copo enche-se e bebo de golada pra não arder, sinto a pele a queimar, a estalar, o cheiro da vela acesa, o incenso no ar... Mas és só tu quem me ocupa a mente a diário.
E onde estás? E como estás? E o que pensarás agora que já sabes do meu amor mais que declarado?
Tudo me parecem milénios desde que não estás mais aqui. E és mesmo só tu quem me compreende. Com ou sem abismo, mas principalmente TU entendes mesmo o meu abismo e ele não te assusta. Só a ti não te assusta.
Anda cá. Dá-me a mão. Dancemos de olhos fechados e voltemos ao que era antes de isto tudo ser.
Só tu. Dentro e fora de mim, ao redor de mim, em todos os meus poros. O teu cheiro perdura no ar, a tua voz ecoa na mente entorpecida pela bebida...

Fuga

Um toque de amor, um toque de ódio, um toque de pudor, uma salva de palmas para o gangster... 
Embora a poesia seja aliciante, a prosa chama por mim. 
 Mil destinos e um só bilhete nas mãos. Vazias, gastas, rompidas e corroídas pelo toque de outras mil mãos. 
 O copo cheio, a música decadente, os olhares vazios, o lugar da entropia... O acordar final, o último sonho, o derradeiro esforço!... 
O guerreiro que se faz esperar, o som dos guizos no pé da cigana, os cabelos dançantes ao vento.
Pequenos nadas que completam a imagem de um, dois, ou até três solos de guitarra desafinados com cordas que quebram, partem e cortam os dedos. 
O silêncio chega e com ele as memórias saltam da caixa... 
Há espaços paralelos, metas por alcançar, palavras por dizer e feitos que tardam em chegar. Promessas cumpridas e outras por cumprir. Pedaços de papel rasgados na escuridão, deixados soltos em cima do balcão. E tu. E eu. E nós aqui. Esperando o sol raiar glorioso e inglório, perfeita imperfeição de misturas improváveis e heróis rendidos à sofreguidão das horas vãs.... 
Nada mais há a dizer, resta o que fica subentendido... As palavras, essas serão novamente deturpadas, lidas e guardadas. Relidas, talvez, no futuro. Recordadas até à exaustão, analisadas até nos doerem os olhos outra vez.

sábado, setembro 29, 2012

Fotografista....

Fui burra. Inconsequente, a mais estúpida das criaturas. Fui mesmo cruel. Hoje me dou conta do mal que fiz, a mim e a ti. Do quanto quis o nosso amor, mas do medo que me assolava.... Podia ter sido como sempre fui: forte o suficiente para enfrentar os meus medos, mas não... Daquela vez resolvi armar-me em medrosa e fugir a sete pés da felicidade. Por puro egoísmo aguentei o teu coração nas minhas mãos enquanto ainda pude e acabei por roubar-te a luz que tinhas. O teu encanto cativava-me, a tua presença me preenchia, o teu sorriso estava e ainda está gravado em mim, num recanto muito especial, onde poucas pessoas se podem gabar ter estado... Tu és especial, sempre o foste. Mas eu não queria saber, aliás, eu tinha medo de ti. Eras tão parecida a mim, que ao olhar para ti, era quase como se me visse ao espelho numa outra pele, mas nos mesmos olhos e gestos.... Se soubesses como te amei..... Se soubesses hoje que ainda me lembro de tudo ao pormenor... Se soubesses que choro, que me delicio com as fotos e demais memórias, com as palavras escritas e os beijos dados.... Ainda conservo a nossa música, como só nossa, as tuas fotos mais  ninguém as viu e os teus textos só eu sei onde os encontrar. Às vezes, nas noites de lua cheia fecho os olhos e voltas a estar ao meu lado. Consigo ver na perfeição todos os detalhes do teu corpo, ainda consigo sentir o teu sabor e o teu cheiro doce.... As tuas são as únicas recordações que tenho gosto em manter vivas, presentes no dia a dia, ainda tenho a caneta que me deste, o video que fizeste, a pen..... Tudo guardado com primor, mesma à vista, para que permaneças ainda em mim... Ainda sei de cor o caminho para o nosso esconderijo.... Acho que nunca deixei de te querer, mesmo quando não quis.... A prova disso é que hoje ainda escrevo isto e a lágrima cai indiscreta.... Nunca foi a minha intenção roubar-te a luz, nunca foi a minha intenção ser tão cruel.... Apenas tive mesmo muito medo de te amar ao ponto de me perder....

Capítulos por fechar

A Vida às vezes pode ser tramada.... Os pensamentos fogem do nosso controle e arrastam-nos para outras realidades, outras vidas perdidas no tempo. Depois disso, as coisas mudam, o mundo muda, tu mudas. Tu já não és, és a outra miúda. Aquela que se sentava no sofá preto a ouvir músicas e se deixava envolver por sensações grandes e maravilhosas. 
Num piscar de olhos o mundo à minha volta mudou, o meu cabelo cresceu, a minha pele escureceu e as minhas esperanças seguiram o mesmo caminho de uma doce ilusão.... 
Não sei em que parte do caminho largámos as mãos e nos perdemos um do outro, mas sempre tive a certeza de ti no meu caminho pessoal... E hoje a Vida te devolve a mim através de pensamento. Aquilo tudo que esteve estes anos todos guardado no fundo do baú de recordações do meu coração, trancado a 7 chaves, toda a informação valiosa e todos os meus pensamentos e emoções mais profundas, privadas e pessoais que julgava perdidos no tempo e na erosão das minhas mãos em outras mãos ainda aqui estão, prontas a arder e a queimar ao toque... 
Mas a gravidade deste reavivar de sentimentos é outra bem diferente da de tempos passados. Hoje sou maior do que aquela miúda, os meus olhos perderam um pouco do seu brilho e o meu sorriso se tornou um bocadinho mais grave, mais sério... Sou a mesma, sem o ser. Sempre fui bem complexa, eu... 

Pensei que já tivesse este fantasma morto dentro de mim. Pensei e acreditei genuinamente que já tinha fechado este capítulo, mas agora vejo que não. E um assustador medo me assalta os pensamentos, fazendo o meu coração bater mais depressa: provavelmente nunca fecharei. E então todos os amores do mundo jamais serão capazes de preencher essa lacuna, nenhum outro homem, nenhum outro amor.... E tenho medo! Porque é passado. E o passado deve ficar atrás de nós; perdido e esquecido no tempo. Não é suposto que o passado se misture com o presente estragando-me os planos para o futuro! Tenho medo. Sinto saudades e dói!.... E eu queria tanto poder voltar atrás e desfazer tudo isto! Libertar-me ou agarrar-me de vez a isto! Mas não assim: na corda bamba, sem certeza do que sinto quando olho para atrás, sempre a olhar por cima do meu ombro, sempre com medo de mim e das minhas emoções; incapaz de enfrentar isto e ser mais que isto!
(Novembro de 2005)

Momentos de raiva

‎"Não. Não estou vazia. Aquilo que sinto preenche-me demais as veias fazendo-me demasiado viva! Sinto tudo o que sempre senti, só que mais intensificado. E sinto raiva! Raiva e vontade de destruir tudo à minha passagem. Mas mais uma vez me acalmarei, tornarei a tomar controle sobre mim e renascerei das cinzas. A minha vida só a mim pertence e de mim só eu sei cuidar. Sem necessidade de fazer promessas."

Timing

Timing. Cada um tem o seu, mas quase ninguém respeita o timing pessoal de cada um. As pessoas vivem apressadas, dormem apressadas, amam apressadas e muitas vezes o resultado disso é que não se coincide no tempo certo com as necessidades certas. E criam-se lacunas. Saltam-se compromissos, esquecem-se datas... No fundo, acho que nunca ninguém está mesmo bem com a vida que tem, mesmo que esteja bem. .... As pessoas cansam-se. As pessoas querem sempre mais. As esperas são longas e muitas vezes em vão. Os relógios internos gritam em silêncio e as pessoas ignoram... Desfazem-se laços, quebram-se promessas... Vivemos a magoar-nos e a magoar o próximo. No fundo, acredito que ninguém gosta mesmo da vida que tem.... (inacabado)

Por agora fico assim

Já nem aqui estou sossegada. Os olhos enchem-se de cores, os ouvidos de ruídos e a cabeça fica aturdida... As mãos perdem a sua coordenação, as pernas também, as costas doem, o peso do meu ser inteiro sobre mim faz-me ficar cansada. Já nem sei o que digo, esperando o sono chegar. Dói-me a cabeça de tanto pensar, de tanto procurar, de tanto me repetir. O que era sagrado deixou de o ser, a minha vida é um livro aberto e a minha mente um espaço aberto com ligação directa às cordas vocais....  Não tenho controle sobre mim. Mas agora, só por agora, fico aqui, quieta e calada, talvez passe despercebida, talvez seja notada a minha ausência, talvez esteja a ficar louca. Castigo por ser eu, naturalmente eu. Será assim então. Joguemos.

Palavras desconexas

Ter de fazer o que não se quer, dizer o que se deve sem senti-lo verdadeiramente, ouvir o que não apetece, aguentar até ao limite máximo.... A vida nunca foi fácil de viver.... Nem justa sequer, mas sinto.me cortada ao meio, ou, no mínimo, sem um dos membros e não consigo correr. MAs bem, tenho de me aguentar. A noite é uma seca o dia é um tédio, as horas passam vagarosamente, nada me dá mais gosto ou gozo, apenas escrever para afugentar os fantasmas.... às vezes é como se esta vida não fosse a minha e eu fosse apenas um espectador.... As pessoas não falam do que devem ou, pelo menos, só falam da vida alheia, a música não me entretém, a televisão é um aborrecimento feito para estupidificar em massa. Recuso-me a ser mais uma ovelha do rebanho. Resta-me senão o refúgio da escrita, o refúgio do sono.... A privação dos sentidos, ou seja lá o que isso for... Grito e ninguém me ouve, escrevo e ninguém me lê, falo mas não me entendem. Não me conhecem, não me querem conhecer, não se querem dar ao trabalho e à delicia de conhecer as gentes que por aqui passam.... Ensurdeço, emudeço, privo-me de mim. Talvez hoje será o mote para dormir... Já nem sei do que falo, apenas palavras desconexas que saem dos dedos e se materializam no écran... Já ninguém importa, já nada importa, já nem sequer quero pensar. O cão que ladra, a noite que arrefece, a lua que brilha, o cigarro que arde devagar. Já nem fumar me dá prazer... Estado de dormência e ocultação de e para o mundo. Como se quer. O silêncio grita. Não entendo o que ele diz....

quarta-feira, setembro 19, 2012

Miles away

Fazes sempre isto! Vais e vens, como quem não quer nada, como quem se esqueceu da chave na porta e saiu para ir tomar café e quando voltas tudo é branco, azul, rosa, laranja..... Mas quando vais.... Tudo fica negro. Vazio. Pesado. O ar fica mesmo pesado e torna-se difícil respirar sem a tua presença por perto, os meus dias já não têm a mesma cor e as minhas palavras ficam presas à garganta criando nós infinitos como os que me costumas fazer quando falas da tua família.....

Vais de tudo! Vais de malas aviadas e deixas-me cá ficar. Ou então vou eu com a mala cheia de sonhos  e tu ficas atrás, perdida no tempo e na memória das noites e dias e risadas que vivemos juntas, no secar das lágrimas que caem sem que seja necessário fazer esforço qualquer..... E de cada vez que não estás a aqui sinto tanto a tua falta..... Ninguém me conhece como tu e nunca conhecerá. Ninguém me ama assim, nem eu amo ninguém da mesma maneira que te amo a ti. O meu nariz entupido já não sente o cheiro do teu suor ou do novo perfume que compraste, os meus olhos não penetram mais nos teus verdes lagos cheios de tanta coisa e tanto mistério que só eu sei ler.....

Faço e digo coisas estúpidas e ignoro a tua ausência ao máximo. E ultimamente, eu não me sinto mais eu. Mas já não quero falar com ninguém! Só te quero aqui ao pé de mim.... Egoísmo puro, este que sinto. Mas hoje, só hoje queria poder deitar a cabeça no teu colo e chorar baba e ranho sem que ninguém me olhasse de lado, nem me tentassem analisar, nem me tentassem consolar e acabar com o meu mísero sofrimento....
Miles and miles away my love.... And I don't really know if we'll ever get to see each other again, hold hands again, and laugh together as crazy as we always did.....
Conversas filosóficas, conversas interessantes, conversas sobre conversas, quando tudo o que eu de facto queria era só saber de ti..... Só deitar a conversa fora, pardacentamente, como quem pouco se importa sobre o assunto porque, na realidade, a verdadeira essência está no silêncio que gritamos e no entendimento que dele advém.... Minha alma gémea... Que falta me fazes!

terça-feira, setembro 18, 2012

Fatasminha de estimação

Bolas! Queria não me recordar de ti, mas és sempre o meu fantasma recorrente. Talvez por tudo o que se passou, com toda a intensidade com que foi vivido, com e por todas as mazelas que me deixou....

Há músicas que nunca consegui voltar a ouvir sem sentir aquela picadinha no coração. Há músicas que só eu sei que não posso ouvir, músicas que inda me doem ao ouvido.... Penso sempre que já passou, mas o passado e o presente se confundem de vez em quando e de repente.... Desaba o meu muro de berlindes!... Cai-me tudo ao chão e é como se não tivesse passado tempo nenhum desde que tudo começou.... Às vezes dá-me a sensação que mandaste espiões para te assegurares que nunca mais voltaria a sentir e dar o mesmo.... É verdade.

Depois de tudo fiquei irremediavelmente desarranjada, desconstruída.... És o meu tendão de Aquiles, a minha ferida que nunca consegui curar, o meu passado mais remoto sempre presente, o meu fantasma de estimação....

Estás guardado a sete chaves, num lugar bem escondido e quentinho do meu coração e da minha mente e só te solto quando preciso, tenho-te bem monitorizado para evitar que voltes a fazer estragos. Mas fazes sempre, sempre que te deixo sair da caverna da minha imaginação. Ainda me faz doer a cabeça quando oiço alguns primeiros acordes, ainda sustenho a respiração ao primeiro minuto.... Mas tu teimas sempre em sair..... E de cada vez que sais, sai contigo um vale de lágrimas, um poço de dor e nostalgia que nunca mais consegui secar....

Queria afogar a memória de ti, poder livrar-me de uma vez do fantasma que paira na minha vida e tu esqueceste-te de levar contigo, mas não consigo, acho que já me afeiçoei a esse fantasminha....
É estranho e insensato tentar guardar-te ou matar-te dentro de mim, mas mesmo assim é o que tenho tentado fazer. Sem êxito nenhum, devo dizer....

Afastar-me de ti

Entendo com uma profundidade tal que não tens noção. Entendo que gostes da minha companhia e da minha presença. Entendo que mesmo gostando de mim precises do teu espaço. Não entendo o porquê de se fazer joguinhos do Toca e Foge, o porquê de ignorar e deixar esquecido alguém de quem dizemos gostar. Eu nunca esqueço os meus amigos... Decidi que vou esquecer, relevar, arrumar tudo e deixa-lo ficar numa caixa num cantinho escondido da minha mente. Para não me lembrar tanto de ti, para não querer tanto a tua presença. Decidi que me afasto. Não conheço o futuro, mas quando cá chegar saberei lidar com ele. Vou senti-lo com todo o meu coração.
Decidi que estou cansada destes joguinhos. Que estou farta de dar atenção e carinho quando alguém nos deixa esquecidos. Decidi que me vou centrar em mim, ser egoísta por uma vez na vida que seja. Decidi que apesar de gostar muito de ti, vou afastar-me. Talvez me faça sentir melhor. Juntei as pecas e descobri que não estas disposta a dar tanto como eu, que estas a fugir e a tentar manter-me a uma distancia que consideras confortável. Comecei a sentir-me esquecida e deixada de lado, a não ser tida em conta por diversas ocasiões. Sempre tenho em conta os meus amigos, mesmo quando decido afastar-me por uns tempos.
Tenho-te tido sempre em conta, mesmo neste momento me parece importante dizer-te que quero estar um pouco só, afastar-me, isolar-me de ti por uns tempos. Também tu, no momento que mais achaste necessário, já te isolaste.
Por todas as vezes que te falo e não respondes. Por todas as vezes que quero e me privo da tua companhia. Por muitas outras coisas que não estou com vontade de dizer....

Um texto sem fonte de inspiração

Inspiro fundo, acendo o cigarro e ponho a música no repeat. Já é a terceira vez consecutiva que tocam os mundos mudos. Procuro alguma inspiração que me falha e tudo o que consigo fazer é revisitar lugares estranhos onde não quero estar. Sinto que os meus dedos finos, de unhas grandes e vermelhas me escapam por entre as teclas e algo começa a surgir na tela em branco.
Serás tu, quem me serve de inspiração nesta fria noite de Verão? O Outono já se aproxima, os dias estão cada vez mais pequenos e com eles a noite traz um nevoeiro que cheira a mar e saudade.
Serás tu, então.... Deste-me pretexto para escrever histórias infindáveis, cheias de mistério, dor e prazer... No fundo, mesmo lá no fundo, só te posso estar agradecida por teres sido tão bom professor. Mas.... Deixemos as coisas por aí.
Quantas vezes acordei com a mesma música, com a mesma sensação de vazio com a qual me deitei noites a fio.... Perdi-lhes a conta, lembro-me do chão frio, do colchão estendido sob um lençol frio, as paredes brancas e o fumo que saía de mim.... Noites de fumo branco....
Quantas vezes quis mudar tudo de repente, fazer uma cirurgia ao coração e deixar apenas a caixa torácica vazia, ou no máximo com um relógio bomba.... Arrancar da cabeça aquilo que permanecia no coração... Esquecer os momentos de magia, as tuas mãos quentes sobre a minha pele fria, a história que fazíamos a cada noite, os uivos de prazer, o teu corpo encaixado no meu, os teus olhos dentro dos meus.... E depois de tudo fazer sentido um dia deixou de fazer sentido....
Já não quero recordar as noites e os dias longos, sem fim, cheios de nada, olhando para a linha do horizonte, sem ver onde pisava, distraída, pronta a cair no primeiro precipício... Incauta e automatizada. Nada fazia sentido... Não quero olhar para o passado e ver a semelhança dele com o presente. Quero ser cega a este pardacento andar!
Hoje, só hoje não vou mais recordar. Não vou mais escrever! Não vou sentir de novo tudo....
Os mundos continuam mudos, a tocar de fundo.... Só isso.

quarta-feira, setembro 12, 2012

Vida vs Morte

Vida: Lugar estranho onde és diariamente julgada por todos, onde aprendes a sorrir mesmo quando só queres chorar, onde todos os recantos estão recobertos de cheiros novos, com sabores antigos. E no entanto, tens mesmo de cá estar, porque talvez esta seja diferente. Vida é a penas o intervalo que antecede cada morte. E o que é a morte? É apenas a sorte, com uma letra diferente....

terça-feira, setembro 11, 2012

Something About Us

Uy!.... De repente o planeta parou. O sol e a lua deixaram de existir, eu deixei de existir.... Primeiros acordes de uma música que já não se ouve há muito tempo, que há muito tempo atrás significou muito, doeu muito, custou muito, sarou mal e superficialmente e de repente, anos volvidos, outra vez tu. É complicado amar quem já não se ama, mas por quem ainda se nutre amor. É custoso ouvir algumas músicas ainda, porque fazem/fizeram parte do nosso Adn amoroso. É estranho revisitar estes lugares escondidos na minha pele e voltar a ver que a dor ainda lá pode estar, a mágoa, a tristeza, a saudade..... E de repente algo nos traz de volta ao mundo presente, ao tempo presente, ao amor presente e tudo aquilo que passou não valeu a pena porque se perdeu, mas ficará para sempre a marca gravada na nossa alma.

domingo, setembro 09, 2012

Whirling in an arc of sadness

O meu corpo está demasiado quente, os meus dedos, as minhas costas, os meus seios, pegajosamente suados e, no entanto, tenho frio e espirro... As unhas demasiado compridas batem nas teclas antes que os meus dedos possam digitar algo decente. A minha cabeça dói, sinto os olhos pesados de sono, mas a mente está desperta. Sting por baixo canta Whirling in an arc of sadness I'm lost without you I'm lost without you e penso como me sinto igual ao cantor.... Girando num arco de tristeza...

sábado, setembro 01, 2012

Um mundo à parte

As coisas que digo... As coisas que faço.... As coisas que escrevo.... Podem não fazer muito sentido, para ti que estás fora de mim, mas para mim fazem sempre. Podem parecer querer significar algo, mas têm, todas essas coisas, um significado próprio, cheio da minha essência, das minhas vivências, das minhas emoções.... A minha cabeça só eu a governo, o meu coração só eu o sinto, as minhas pernas e braços só eu os comando.... Sou um ser avulso.

domingo, agosto 12, 2012

Papá

A vida ensina-nos, educa-nos, cria-nos, maltrata e dá-nos amor. É mãe, pai e madrasta. Irmã às vezes. Afasta-nos e aproxima-nos, traz-nos e leva-nos, dá e tira, ampara y aturde... É imperfeita na sua grandeza e perfeita nos seus pequenos detalhes. A minha, a nossa, separou-nos há muitos anos. Tantos, que quase já não sei quem és, mas tenho-te em mim, em cada recanto da minha pele morena, nas entradas do cabelo, no nariz.... Tenho-te gravado na testa, na minha mente, no meu coração. Calo.te, guardo-te, espero-te e procuro-te. Em silêncio, movendo montanhas sozinha. Recordo-te e é como sentir a tua presença novamente, a tua voz, tão nítida que quase te oiço ao ouvido. A tua pele, as tuas mãos, os teus olhos, o teu cabelo branco. És tão grande! Tão elegante! És um gigante. Muitos anos nos separam, muitos kms nos separam, muito mar, muita gente nos separa. Vidas....

sábado, agosto 11, 2012

Perdi a loucura

Acho que perdi a loucura. Sento-me na beira da janela, o vento refresca, as crianças lá em baixo fazem ruídos de mil cores, a janela torna-se indiscreta, espreito por ela, tento ver um mundo diferente que não o meu e de repente eu já não sou eu, sinto-me outra diferente. Não sei onde guardei a minha riqueza, a minha loucura...

Isto

Esta sensação..... Esta estranha e doce sensação de subtil abandono, de perda. Este abraço ininterrupto onde dois somos dois.... Esta sensação de palavras ditas ao vento, de palavras gastas, perdidas, esquecidas, abandonadas ainda sem nascer.. Esta pureza dolorosa de saber tanto e tão pouco... Este estado sem estar... Esta vontade sem desejo, ou desejo sem vontade... O mundo fechado e eu aqui. Este pesar nos braços, no andar, no respirar... Isto que existe sem razão de ser, sem força maior, sem calor, sem frio. Esta fome sem sede. O copo meio vazio. O anoitecer que já traz o dia... Os dias longos, as noites frias... Esta sensação que não sai, que não sei bem o que é, que me aturde, que me cega os olhos e me ostrazisa... Isto!...

quarta-feira, maio 02, 2012

Um dia...

Um dia, talvez, sentar-me-ei contigo a varanda la fora. Cigarro numa mão, um bom vinho na outra. E contar-te-ei sobre coisas que desconheces da escuridão deste meu lado do mundo. Um dia, quando o sol esteja a pôr-se, o vento sopre de leste e a cidade cheire a terra molhada de chuva acabada de cair, vou olhar-te nos olhos e perder-me nessa linha do horizonte azul que sempre vejo quando os meus olhos se afogam nos teus e a minha alma se exalta, se excita, se supera e enche de valor!...

terça-feira, abril 10, 2012

Viver! Não sobreviver...

E hoje acordei com aquela sensação de querer ganhar balanço e correr daqui pra fora, escorraçar todos os meus medos e fugir de todas as aberrações...
Com vontade de abrir as minhas belíssimas asas de borboleta e voar sobre as coisas grandes que afinal são tão pequenas e pousar num lugar muito longínquo, quente ou frio, mas com aquele cheiro de coisa nova, de vento na cara, de sol na pele, de chão molhado, de roupa acabada de estender e de terra firme, onde possa fixar os pés e sentir a insegurança a ir embora.
Vontade de abraçar todos os que ficaram no caminho, todos os que, a determinada altura me fizeram bem e aceitaram o bem que lhes pude fazer, todos os que mereceram o melhor de mim e também aqueles, que sendo merecedores não o tiveram por qualquer motivo...
Vontade de sonhar e realizar. Vontade de viver! Porque hoje, sobrevivo.....

sábado, março 03, 2012

Cansada e amorfamente triste

Um sentimento interminável de cansaço e dor amena tomam conta de mim. Os meus braços não se mexem, os meus dedos não se tocam, as minhas pernas fecham-se e todo o meu corpo inteiro deixa de ser a nuvem do te recipiente. Vaga, adormecida, tombada, decadente. Sem pretensões de ser mais eu, com ou sem ninguém. Os quilómetros à frente do meu olhar e sonho com paisagens que nunca visitei, cansada de mim e de todos. Depressiva até à medula. Melancolia que não passa. Tristeza profunda que palpita dentro de mim. Insatisfação.... Toda eu tem a força para mudar. Toda eu tem a dor para mudar. Estática a nível menos 40º graus. Quero rasgar a roupa que me veste, descalçar prejuízos e medos, despentear sentimentos amorfos que me enchem. Jeff Buckley no fundo. Paranóias de 1º grau. Cansada e amorfamente triste é como me sinto. Plenamente insatisfeita.... :(

domingo, fevereiro 19, 2012

Avui

Estou cansada e triste.
Uma crescente tristeza que toma conta de mim e me faz chorar. Fechada no quarto à chave, choro ainda mais, quero happy hours e quero vodkas e carnavais que me façam esquecer e passar esta dor.
Quero enterrar a cabeça na almofada e chorar até ser dia outra vez. Desvio a cortina e olho para fora. Está escuro, o dia já se foi. Choro e dói-me a gargante. Porque abafo o choro e abafo as lágrimas e dói na mesma.
Olho para todos os lados mas nada me conforta. Doem-me os braços, os ombros, o peito!... Agarro a cara com as mãos, chor sem parar, sem querer parar. Escondo os olhos, tapo e tento secar as lágrimas, mas as tentativas parecem-me bastante inúteis...
Quero a minha mãe e quero a minha terra, quero ser criança outra vez!
Cai uma lágrima que molha o touchpad, bate nele e faz um baque curto, quase inaudível.
Estou cansada e triste. E só na multidão. Bebo chás e cervejas e a minha alegria é temporária. Oiço vozes familiares e entre conversas amenas e sinceras soltam-se gargalhadas, mas eu continuo só. Imperativamente só.
Acendo um cigarro e fixo um ponto no escuro da parede, até me abstrair por completo e as vozes deixam de ser barulho de fundo, são apenas vazio. Viajo pelos confins da minha mente e não há sítio onde eu quisesse estar e de facto me lá encontrando estaria bem. A sensação que tenho perseguir-me-ia sem fim.... Ainda consigo sentir a ponta do cigarro a queimar-me os dedos, mas a minha inércia é tanta que fico quieta esperando que ele se apague antes que fique sem dedos...
Só me apetece chorar!... E chorar ainda me dá mais vontade de chorar por não querer ou conseguir parar....
Quero enterrar a cabeça na almofada e chorar até ser dia outra vez.

sábado, janeiro 14, 2012

8 anos

8 anos.... Já é uma data de tempo. Serviste de tanta coisa nestes anos; de companheiro, de diário de bordo, de guia dos meus próprios passos.... E ainda continuo a escrever.... És para mim como uma pessoa, um amigo, um dos mais velhos amigos que me segue na longa caminhada da vida. Lado a lado já contamos tantas histórias.... Rimos juntos e choramos algumas vezes!.... Embora virtual, és um dos meus portos seguros mais seguros que existe na Terra. Se fosses uma pessoa, hoje, levava-te a jantar e logo a seguir íamos ver um filme, bonito, como tu escolherias, se fosses um ser vivo. Não és, por isso apenas brindo a ti! À nossa amizade virtual! Parabéns macaquinha.blogspot.com! Parabéns!

Sorria; você está vivo!

A Vida é o que fazemos dela. Se dormirmos demais a vida mostrar-se-á enfadonha, cinzenta. Se vivermos depressa demais a vida esvair-se-nos-á muito cedo. Se amarmos demais a vida pode tornar-se uma obsessão. Se rirmos demais a vida tornar-se-á motivo de chacota. Se chorarmos demais a vida se tornará um vale de lamentações. Se odiarmos demais a vida tornar-se-á uma guerra constante. Tudo na sua certa medida. Um pouco de amor com um pouco de obsessão, um pouco de tristeza intercalada por momentos de alegria. Tenho muitas pessoas na vida que desejo conservar, amigos e companheiros de viagem que a vida me deu de presente. A muitos demonstro o meu amor, a outros não fui capaz de lhes dizer o quanto os amo. Vivamos a nossa vida, conjuguemos o verbo amar mais vezes. Sorria; você está vivo! :)

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Pequenos nadas que amo

Adoro sentar-me à beira da janela e sentir a brisa na minha cara. 
Olhar para longe, ver as luzes, à noite, perder-me na distância maior que os meus olhos alcançam e sonhar com outros mundos, outras vidas, outras pessoas.

Adoro a forma como o vento bate na minha nuca e me despenteia.
Ficar a ver e ouvir a chuva cair, sentada à soleira da porta e inalar aquele cheiro de terra molhada.

Adoro sentir o Sol quente na pele e refrescar-me com um mergulho, mas também gosto de sentir frio, de ter as mãos geladas e pô-las sobre as bochechas quentes. 

Gosto de conduzir com as janelas abertas. Gosto de ir no lugar do pendura e ficar sem ar quando abro a janela do carro e me debruço sobre ela, . 
Fazer caretas e colar o nariz aos vidros. 
Adoro rir sozinha e sentir-me saudavelmente louca.

A voz do Peter Murphy e do Gavin Rossdale. Gosto de vozes, de quase todas as vozes, da sensação de conforto que algumas me fazem sentir.
Adoro que me abracem por trás e me falem ao ouvido. 


Adoro dormir nua. Deitar-me com a mão na barriga.
Acordar de manhã, antes de toda a gente, pousar os dois pés, ao mesmo tempo, no chão frio, sentir o choque de temperatura e ir descalça, pousando os pés por inteiro, até a cozinha.
Andar pela casa nua, com as janelas abertas e o sol a entrar pela casa.

Gosto da maneira como se forma uma névoa de vapor quando tomo banho quente-
Gosto da sensação da água a bater-me nas costas, nos ombros e na cabeça e de fazer espuma muito branca com o sabonete.
Gosto de ficar a admirar as sardas que tenho no ombro direito, as marcas nas mãos, os pulsos finos e ossudos.
A suavidade da minha pele e o cheiro do meu cabelo depois do banho, ainda húmido.

Adoro as minhas meias da rena Rudolf e, depois de as tirar, coçar as pernas com força.
Sentar-me de pernas cruzadas de forma estranha e tocar nos meus pés. 
Morder com força os joelhos e os dedos indicadores, mordiscar as unhas e os lábios. 
A minha almofada. Apertá-la bem contra o peito enquanto balanço sobre mim própria quando preciso de colo. Ou dançar abraçada a ela.